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RTP vai exibir série sobre a luta antifascista em Guimarães e na região envolvente

© CM Guimarães

“Daqui Houve Resistência” é uma série sobre a luta antifascista em Guimarães e na região envolvente baseada em factos e personalidades reais, que incide sobre a resistência e a luta antifascista centrada a norte de Portugal, durante os treze anos que antecederam o 25 de abril de 1974.  

A série de 5 episódios, que será exibida na RTP 1, e produzida localmente pela Olho de Vidro – Associação Cinematográfica de Guimarães, abarca os últimos 13 anos da ditadura de Salazar/Caetano (1961-1974), centrar-se-á em Guimarães e nas envolventes de Braga, Famalicão e Fafe. 

O projeto, que conta já com o apoio de diversas entidades, como o Ministério da Cultura através do Instituto de Cinema e Audiovisual, a RTP, o Turismo de Portugal, a Associação 25 de Abril e a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, entre outros, e que se encontra em, fase de pós-produção, é uma adaptação cinematográfica baseada no livro documental “25 – Guimarães Daqui Houve Resistência”, de César Machado, e pretende ser uma homenagem e um tributo a participantes ativos, mais ou menos anónimos, na mudança de paradigma político. 

Ao contrário do que é percecionado pela divulgação mais conhecida dos factos da “Revolução dos Cravos”, nesta região do país houve inúmeros grupos de resistentes que lutaram de modo persistente e organizado pela Liberdade, sem dar tréguas às forças do regime, sempre com elevados custos. O caminho que tornou possível a Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974 tem sido retratado em filmes e séries de televisão, sobretudo centrados no que se viveu na capital e nas lutas verificadas a sul, mas muito está por tratar sobre o modo como a sociedade portuguesa lutou clandestinamente pelo país inteiro, na vontade de se libertar do regime opressor e violento, derrubado graças a esse combate que foi feito de norte a sul de Portugal e fora dele.

O livro, cuja adaptação terá como resultado a ação havida em Guimarães e na região envolvente, “25 — Guimarães, Daqui Houve Resistência”, de César Machado, contém 25 testemunhos reais de resistentes que lutaram nesta região ou que daqui partiram para travar as suas lutas em Coimbra, Lisboa ou Paris, ou que para aqui vieram travar o seu combate clandestino. Os 25 testemunhos levam-nos para essas lutas, esses diferentes combates que fariam cair a ditadura, pondo fim à opressão. Todas estas histórias se cruzam, sob uma atmosfera que, a um tempo apresenta terror e medo, com todos sentindo a permanente vigilância e observação, possivelmente acusados pelas mais inofensivas atividades, vistas hoje à luz dos nossos dias.

Para o vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, a série reveste-se de grande importância, pois “retrata o movimento de resistência antifascista de Guimarães e do norte do país, bem como a sua importância para a queda do regime em Portugal”, além de “destacar a produção audiovisual e cinematográfica de uma das maiores e mais premiadas produtoras de Portugal”, sediada em Guimarães, a Olho de Vidro, que dará o seu contributo muito proximamente nas comemorações dos 900 anos da Batalha de São Mamede. 

Paulo Lopes Silva destacou ainda o facto de o guião ser escrito pelos vimaranenses Pedro Bastos e César Machado, e do destaque que o papel de algumas das personalidades vimaranenses terá na série, como são os casos de Joaquim Santos Simões e Eduardo Ribeiro, os chamados “Democratas de Braga”, ou de Alberto Martins, líder do movimento – frente estudantil, que teve papel importante na crise de 69, em Coimbra. Também o caso de José Casimiro Ribeiro, preso em novembro de 1973 e libertado, de Caxias, no 25 de Abril, ou de Rui Guimarães, jovem estudante, Nicolino, e desportista, que faz várias comissões na Guerra de África e é militar ativo na Operação Fim de Regime, do 25 de Abril.

No concelho de Guimarães, as filmagens de “Daqui Houve Resistência”, uma narrativa baseada nessas figuras vimaranenses que não é um documentário, mas antes uma ficção que pretende não desvirtuar a história, realizar-se-ão, previsivelmente, no período entre março e junho de 2024.

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