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Fim de Semana do Pau está de regresso a Arco de Baúlhe em Cabeceiras de Basto

© Associação dos Festeiros do Arco

O Fim de Semana do Pau está de regresso a Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto. Este evento peculiar e genuíno é organizado pela Comissão de Festas de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, nos dias 5 e 6 de agosto.

Esta iniciativa funciona como um “chamamento”, um anúncio ou uma convocatória da comunidade local para a Romaria em Honra de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, que decorre um mês depois.

O evento é constituído por duas iniciativas complementares, que contêm, no entanto, programas distintos: a Noite do Pau, no sábado, e a Erguida do Pau da Bandeira, no domingo.

A Noite do Pau foi criada e anexada à Erguida do Pau da Bandeira em 2016, sendo que o registo físico mais antigo da existência da última no Arco de Baúlhe data do ano de 1910.

Estas duas iniciativas apresentam um expressivo caráter etnográfico (cortejos, trajes, cantares/dançares e gastronomia), que pretende representar o Minho Interior e Rural, os seus costumes e as suas tradições.

A população arcoense enverga, durante toda a iniciativa, os trajes típicos do Minho Interior.

Nos moldes como é executado (tamanho do tronco levado a erguer, cortejos etnográficos e, principalmente, o envolvimento comunitário), este Fim de Semana do Pau é exclusivo, em Portugal, do Arco de Baúlhe.

Durante o cortejo etnográfico da Noite do Pau, um tronco de eucalipto com cerca de 15 metros é transportado ao ombro pelos jovens rapazes arcoenses, o qual, chegado o cortejo ao recinto da festa, é ensebado e convertido no tradicional Pau-de-Sebo (no topo é colocado o prémio para quem o conseguir escalar o Pau durante a festa).

Durante o cortejo etnográfico da Erguida do Pau da Bandeira, um tronco de eucalipto com cerca de 25 metros (a pesar mais de meia tonelada) é transportado com a ajuda de juntas de vacas, o qual, chegado o cortejo ao recinto da festa, é-lhe colocado o mastro com a bandeira das cores da freguesia e depois erguido com a força dos homens presentes, ficando levantado até ao mês de Julho do ano seguinte.

Em termos gastronómicos, na Noite do Pau destacam-se a Seiva do Mastro (uma bebida exclusiva desta noite, cuja receita é mistério), oferecida aos participantes do cortejo etnográfico, o Ramo do Emigrante (cabaz apetrechado de iguarias, disposto numa estrutura de madeira estratificada), que é leiloado no recinto e o Merendeiro Popular, cujos participantes costumam levar, já confecionado a partir das suas casas e o qual dispõem nas mesas colocadas para o efeito, partilhando-o ao longo de toda a noite. Na Erguida da Pau da Bandeira, destacam-se as Oferendas (doces convencionais, plantas, animais domésticos, etc.), que depois são leiloadas no recinto, o pão benzido durante a Missa Campal da manhã e o vinho da pipa (servido apenas nas canecas alusivas à Erguida do Pau).

Em termos musicais, a Noite do Pau é animada pelos bombos e por duas charangas (que, em 2019, substituíram as Bandas Filarmónicas), que se debatem num animado despique. A Erguida do Pau é animada por um rancho folclórico. Durante os cortejos, as pessoas cantam e dançam ao som dos instrumentos tradicionais.

Entre as várias iniciativas promovidas por esta Comissão de Festas, encontram-se a Noite do Porco, a Noite da Punheta, o Rock in Rua, a Feira de Natal e o Banatal.

No entanto, o pináculo deste amplo programa é a Romaria em Honra de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, que decorre no primeiro fim de semana de setembro.

Este programa é orquestrado, de raiz, sempre pelo mesmo grupo de pessoas voluntárias (não existe mudança da mordomia), de ambos os géneros, de todas as idades (dos 19 aos 80 anos) e das várias classes sociais do Arco de Baúlhe.

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