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BragaBraga: Nogueiró prepara-se para viajar no tempo com o Festival Castro Galaico 

Braga: Nogueiró prepara-se para viajar no tempo com o Festival Castro Galaico 

© Sandra Antunes

A freguesia de Nogueiró, em Braga, prepara-se para receber o Festival Castro Galaico, que decorre de 13 a 15 de julho, no Monte de Nossa Senhora da Consolação.

O evento cultural tem uma forte componente histórica e de tradição, uma vez que liga os antigos povoados brácaros e a cultura galaica, fazendo deste festival uma ligação entre Braga e Galiza.

O cartaz foi apresentado esta terça-feira, em conferência de imprensa, que decorreu no Castro da Consolação, local onde irá decorrer o festival.

João Tinoco, presidente da União de Freguesias de Nogueiró e Tenões, falou sobre a sua persistência em manter este festival mesmo com dificuldades financeiras, uma vez que o evento é realizado em memória dos brácaros, que foram os antepassados dos bracarenses.

“Cada vez é mais difícil manter um festival como este, mas o objetivo mantém-se. Queremos dar voz aos nossos antepassados, pois foram anteriores aos romanos, deram-lhes luta e não os aceitaram. Os romanos foram os invasores, mas não faziam pressão por aculturar as populações que conquistavam. Temos a nossa língua, que é latina, mas que é pronunciada pelos povos galaicos. Queremos preservar a sua cultura e o património que os brácaros nos deixaram e preservar a nação galaica. Teimamos em manter este festival e, se não fosse a ajuda do Município de Braga, já não seria possível organizar o evento, uma vez que a inflação também chegou aos festivais. Este festival é de música popular e teremos à venda a nossa cerveja artesanal ‘Consola'”, informou o autarca.

© Sandra Antunes

De acordo com Jaime Torres, dos Canto D’Aqui, o festival é “único” desde a sua primeira edição, pois assimila o conceito de promover a nação galaica. “Desde o primeiro festival que é considerado um ‘Festival Antena 1’ com reportagens em direto dos concertos. Temos mantido o mesmo nível sem fugir ao nível peninsular. Na Galiza, este festival já ganhou uma grande dimensão, mas este ano não teremos o apoio da Xunta de Galicia devido às eleições, mas teremos um grupo galego muito significativo. Temos muitos grupos de Braga que iniciaram a sua carreira artística aqui no Festival Castro Galaico. Teremos ainda a apresentação do projeto ‘ARitmar’, da escola oficial de idiomas, onde promovem um tema de música portuguesa e galega, assim como a apresentação do livro ‘A Boca no ouvido de alguém'”, disse.

Em representação da Câmara Municipal de Braga esteve presente o adjunto do presidente, António Barroso, que parabenizou a realização deste festival ao longo de vários anos. “A União de Freguesias de Nogueiró e Tenões tem sido um exemplo, pois se nos últimos tempos a Câmara Municipal de Braga tem desenvolvido uma iniciativa que se chama ‘Descentrar’, esta Junta de Freguesia já vai à frente há muitos anos com um papel muito importante em conjunto com o grupo Canto D’Aqui. Estamos aqui perante um evento com muita qualidade, que junta um conjunto de atrativos interessantes com esta mistura portuguesa e galega. Para nós é muito importante esta ligação à Galiza e a preservação da memória dos povos brácaros. É importante para não esquecer as nossas raízes. Temos aqui um espaço de viagem no tempo e um programa com muita qualidade”, regozijou António Barroso.

Carlos Pazos-Justo, da UMinho, realçou a facilidade de promover este festival, uma vez que a cidade de Braga e a Junta de Freguesia são “galegófilos” e gostam da Galiza e da sua cultura. “Nós, nos Centros de Estudos Galegos da Universidade do Minho, temos a vida muito facilitada porque uma das nossas missões é divulgar, conhecer e promover um diálogo local ou a cultura galega, e em Braga é muito fácil porque é das cidades de Portugal mais galegófila com vocação para os contactos de diálogos. A Freguesia de Nogueiró e Tenões também é uma freguesia muito galegófila e os Canto D’Aqui também gostam muito da Galiza e da sua cultura e, assim, o nosso trabalho e missão estão muito facilitados. Posso dizer que este ano haverá uma forte presença galega neste festival. Não é fácil manter um festival como este. O evento fala do nosso passado comum e é uma maravilha poder estar aqui e partilhar eventos como esta 13.ª edição”, sustentou.

Mariana Teófilo, presidente da ARCUM, sublinhou a importância de fazer parte da organização deste festival e pretende dar continuidade à sua divulgação e levar cada vez mais pessoas ao evento. “É para nós uma honra fazer parte da organização do Festival Castro Galaico e ficamos muito satisfeitos por esta continuidade. Enquanto ARCUM, é muito importante a nossa participação para podermos trazer estudantes da UMinho, mas também de outras escolas dos arredores de Braga. A nossa missão enquanto ARCUM é preservar a cultura e o património minhoto e celta, assim como tudo o que envolve o folk ibérico. Poder estar aqui presente com nomes de relevo do panorama folk ibérico é ótimo, pois é através destes pequenos momentos que acabamos por dar sonoridades diferentes ao nosso repertório”, finalizou.

O evento é organizado pela União de Freguesias de Nogueiró e Tenões, em parceria com a Câmara Municipal de Braga, a Xunta de Galicia, a Antena 1, a Rede GaliLusofonia, a UMinho, o Grupo de Música Popular da UMinho e os Canto D’Aqui.

A conferência de imprensa contou, ainda, com a presença do secretário da União de Freguesias de Nogueiró e Tenões, Augusto da Cunha.

Programa

13 de julho (quinta-feira)

  • 11:00 – Apresentação Castro Galaico da ELACH da UMinho
  • 21:30 – Canto D’Aqui no palco Antena 1
  • 22:30 – Grupo de Música Popular da UMinho no palco Capela
  • 23:00 – Siga a Farra no palco Antena 1

14 de julho (sexta-feira)

  • 21:30 – Tequexetéldere no Palco Antena 1
  • 22:30 – Bomboémia – Cerimónia Celta (Casamento Celta) no palco Capela
  • 23:00 – Daniel Pereira Cristo no palco Antena 1

15 de julho (sábado)

  • 17:00 – Apresentação do projeto ARitmar no interior da Capela
  • 18:00 – Apresentação do livro “A boca no ouvido de alguém” no interior na Capela
  • 19:00 – Canto polifónico pelas “Mulheres do Minho” no interior da Capela
  • 21:30 – Toque Braguez no palco Capela 
  • 23:00 – Sebastião Antunes & Quadrilha no palco Antena 1 
  • 00:30 – Leitura do Esconjuro e Queimada Galega

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