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ReportagemBraga faz apelo ao Governo para não esquecer os ex-combatentes de guerra

Braga faz apelo ao Governo para não esquecer os ex-combatentes de guerra

O Museu D. Diogo de Sousa foi palco da 5.ª Jornada do Ex-Combatente.

© Sandra Antunes

Braga recebeu a 5.ª Jornada do Ex-Combatente sob o tema “O Trauma e as Vivências” para direcionar e apoiar os ex-combatentes de guerra e suas famílias.

Organizado pela Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG), com o apoio da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, o evento decorreu esta quarta-feira, no Auditório do Museu D. Diogo de Sousa.

Augusto Freitas, presidente da Direção da APVG, referiu que o evento pretende apoiar todos os ex-combatentes e pediu aos governantes para que “respeitem os combatentes de Portugal porque eles merecem tudo e foram heróis”.

“São Jornadas de muito interesse e que, muitas das vezes, passamos a mensagem para centenas de pessoas e muitas delas não aparecem. Há aqui altas autoridades do nosso país a começar pelo ministro da Defesa Nacional, que é do nosso distrito, e à última da hora disse que não podia estar cá presente por causa do que está a acontecer na Assembleia da República. O Governo de Portugal está a aprestar contas aos deputados da Nação e, por isso, justificou-se a dizer que não poderia estar aqui. Também faltam aqui elementos do Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, a começar pelo presidente e vice-presidente, que também disseram que iriam estar cá presentes, mas também não compareceram, assim como os responsáveis do CIM do Ave. Espero que aquilo que estamos a produzir para toda a gente do nosso país é que respeitem os combatentes de Portugal porque eles merecem tudo. Nós fomos heróis, continuamos a ser heróis. Continua a haver uma falha dos governantes de Portugal”, disse Augusto Freitas.

© Angélica Antunes

“Parece que andamos esquecidos mas uma coisa é certa, enquanto houver força e determinação, nós vamos continuar a lutar pelos nossos direitos e é isso que nós estamos a fazer”, reforçou o presidente da Direção da APVG.

Por seu turno, Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, falou sobre o papel importante que desempenha a APVG na cidade de Braga e lamentou que os governantes “não dão o devido valor aos ex-combatentes”.

© Angélica Antunes

“Esta associação tem desempenhado um papel muito importante na nossa União de Freguesias e também na cidade. Nesse protocolo que temos, os fregueses podem ter consultas de psicologia gratuitas e o nosso propósito foi sempre não deixar cair a história. O povo português e os nossos governantes envergonham-se dos ex-combatentes. Os ex-combatentes existiram e foram obrigados a ir para a guerra e muitos deles morreram e outros ficaram com perturbações psicológicas e é por isso que estamos aqui. No ano passado, estas jornadas de psicologia abordaram a questão da violência e este ano está vocacionada para o trauma. Muitos veteranos vieram e continuam traumatizados e é por isso que a nossa União de Freguesias pretende preservar a historia e dar o respetivo relevo aos veteranos de guerra”, sublinhou o autarca, anunciando que este ano haverá novidades relativamente à estatua em homenagem aos veteranos e guerra que vai ficar situada nas Carvalheiras.

A Jornada de Psicologia do Ex-Combatente contou com a participação de sete moderadores e 16 palestrantes para orientar os veteranos de guerra e suas famílias.

A sede Nacional dos Veteranos de Guerra localiza-se em Braga, no Largo das Carvalheiras, e tem como objetivo prestar apoio médico, social e jurídico a todos os ex-combatentes.

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