A Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, em parceria com a União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, está a promover as Jornadas no âmbito da Violência Doméstica, que decorrem esta quarta e quinta-feira, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga. A sessão solene de abertura contou com a presença de Isabel Almeida Rodrigues, Secretária de Estado da Igualdade e Migrações.
Augusto Freitas, presidente e diretor clínico da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, falou sobre a importância destas jornadas a fim de transmitirem uma mensagem a todas as pessoas que sofrem de violência doméstica.
“É importante passar esta mensagem a todas as pessoas que padecem desta problemática que é a violência doméstica. Toda a gente sabe que a violência doméstica existe. Entre janeiro deste ano até junho morreram 16 mulheres e 1 criança. Estamos em setembro e, de certo, já morreram mais mulheres, homens e crianças. Em todos os lares encontra-se violência doméstica, uma mais camuflada do que outra e a partir desse momento, muita violência doméstica está esquecida e adormecida. Ela cria problemas na relação dos pares, entre as pessoas, entre os casais e entre os combatentes veteranos de guerra de Portugal”, sustentou Augusto Freitas.
Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, sublinhou a gravidade da temática e realçou o papel das instituições para alertar e consciencializar as pessoas sobre o tema.
“Há cinco anos que a nossa união de freguesias também realizou uma tertúlia com o mesmo tema e, infelizmente, este continua atual. Há um trabalho longo para se fazer e é preciso mentalizar as pessoas, sobretudo as instituições, que têm a responsabilidade em poder alterar as coisas. Chegamos a um ponto em que isto tem que começar a diminuir. As mortes cada vez são mais. Antes, quando se falava em violência doméstica, geralmente associávamos sempre a uma disputa entre marido e mulher e o que é certo é que a violência doméstica não é só isso e já temos a violência de género, temos a violência de crianças e, sobretudo, e que me preocupa muito, é a violência dos idosos. Os idosos são aqueles que não fazem greve e manifestações e, se calhar, são aqueles que sofrem em silêncio e nós temos que começar a mudar um bocado o estado das coisas”, disse o autarca.
Luís Pedroso pretende que haja mudanças após a realização destas jornadas. “Ainda bem que os veteranos de guerra levaram a efeito esta iniciativa com a nossa união de freguesias e espero que nestes dois dias saia alguma coisa para que realmente se possa minorar esta situação, sobretudo em Braga. Nós em Braga temos alguma coisa para fazer porque nós temos de nos antecipar às situações, temos de ser mais céleres e não podemos lembrar de Santa Bárbara só quando acontecem as coisas, temos de nos antecipar, sinalizar e acompanhar”, alertou.
As Jornadas no âmbito da Violência Doméstica têm como objetivo informar, consciencializar, sensibilizar para identificar, prevenir e intervir enquanto agente ativo.
A sessão solene de abertura das Jornadas contou ainda com a presença de Carla Sepúlveda, vereadora da Educação da Câmara Municipal de Braga, João Medeiros, assessor da Educação do Município de Braga, Isabel Silva, da direção do Museu D. Diogo de Sousa, Fátima Moreira, vereadora e vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, e Alexandra dos Santos Lima, vogal da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade.