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OpiniãoMenos prémios e mais investimento no ambiente, por favor.

Menos prémios e mais investimento no ambiente, por favor.

© PAN

No mês da maior cimeira mundial sobre o ambiente, a COP26, surge um conjunto de dados assustadores que intensificam a necessidade de assumir as alterações climáticas como a prioridade política número um.

As políticas atuais não vão conseguir manter o aquecimento médio da terra abaixo dos 2,4ºC. Este facto deveria fazer soar os alarmes de todos os nossos governantes internacionais, nacionais e locais e fazê-los refletir sobre a inação e a responsabilidade que têm em mãos. Eventos extremos como inundações, secas, incêndios e tempestades serão cada vez mais frequentes. Produzir alimentos será cada vez mais difícil, tal como o acesso a água, solo fértil, ar puro e espaços verdes. O número de refugiados climáticos ultrapassará os 100 milhões e muitos mais ficarão doentes e perderão a vida.

Mesmo sabendo isto, os nossos políticos ficam-se pelos discursos, metas e contentam-se com prémios que pouco ou nada significam e não têm qualquer impacto na vida dos cidadãos ou das gerações futuras.

Mas há quem exija mais! Há um grupo de visionários ambiciosos, que alguns apelidam de lunáticos, que já perceberam a gravidade do que estamos a fazer ao planeta e estão a dar tudo ao seu alcance para impedir o pior: esses ambientalistas.

Esses ambientalistas somos nós! Nunca o escondemos e desde o início dissemos que queríamos “Dar Voz ao Planeta em Braga”. E como quem está na política pelas causas cumpre as promessas, o nosso trabalho já começou a fazer a diferença, nomeadamente nas propostas para aquele que pode ser o orçamento municipal mais verde de sempre!

Na última década em que podemos manter o aumento da temperatura abaixo dos 1,5ºC, um orçamento, nacional ou municipal, não se pode dar ao luxo de deixar o ambiente para último plano, como tem acontecido. Em Braga, menos de 2% do orçamento é investido nesta área. Não admira pois, que as emissões de gases com efeitos de estufa continuem a aumentar no concelho, os números da reciclagem caiam, as nossas florestas estejam totalmente desordenadas, os rios continuem poluídos e uma parte da população passe frio em casa, por causa da pobreza energética das habitações. Mesmo assim, o executivo congratula-se com prémios ambientais.

Para nós, a política deve ser simples: menos prémios e mais investimento no ambiente, por favor. Das 33 propostas que o PAN apresentou para o plano das grandes opções 2022-2025, 14 são na área ambiental. Sabendo que para resolver as alterações climáticas não falta conhecimento, mas sim vontade popular e política, queremos investir 10% do orçamento municipal em ambiente, através de aumentos sucessivos de 2% ao ano. Este valor exclui verbas nacionais e europeias, porque uma autarquia que afirma estar na linha da frente do combate às alterações climáticas, tem que pôr ações por detrás das palavras.

Estes 10% traduzem-se em aproximadamente 13 milhões de euros que podem ser atribuídos, de acordo com as nossas propostas, a programas de combate à pobreza energética das habitações, gratuitidade dos TUB para estudantes universitários, descarbonização e aumento da frota e rotas TUB, construção de vias cicláveis, redes de bike sharing, descarbonização dos edifícios públicos e da frota municipal, construção de um ecocentro e melhoria da gestão e valorização de resíduos, incluindo os orgânicos, bem como a recuperação dos rios e florestas do concelho.

A necessidade de implementação destas medidas é consensual pela ciência e urgente para milhares de bracarenses. Da nossa parte, não esperamos nada mais de uma presidência que diz: “Nós também somos pela sustentabilidade”, do que a aceitação destas propostas.

Agora a bola está do lado do executivo e desta vez…esperamos que não seja de plástico.

Artigo de opinião de Rafael Pinto do PAN.

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