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Sindicado dos Enfermeiros interrompe negociações com União das Mutualidades Portuguesas

© Sindicato dos Enfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros – SE rompeu as negociações que vinha mantendo com a União das Mutualidades Portuguesas (UMP), com vista à revisão da Tabela Remuneratória e respetiva valorização e progressão na carreira de enfermagem.

O presidente do sindicato, Pedro Costa, lamenta “a orientação final da UMP”, considerando que “está em causa uma proposta que não reconhece o fulcral papel desempenhado pelos enfermeiros, nem valoriza ou estabelece qualquer progressão nas carreiras”.

A posição do sindicato surge depois de conhecida a última versão da proposta da UMP no âmbito das negociações que têm vindo a ser desenvolvidas pela Frente de Sindicatos da UGT. “Continua a não prever uma carreira autónoma nem a reconhecer devidamente os enfermeiros, enfermeiros especialistas e enfermeiros-chefes”, frisa Pedro Costa. “As condições que são propostas aos enfermeiros são manifestamente inferiores às propostas a outras profissões, uma posição que não compreendemos. Há carreiras, com acordos com a UMP, que não só têm salários mais elevados do que os enfermeiros, como a progressão na carreira até ao topo é bem mais rápida do que a nossa”, salienta o presidente.

O Sindicato dos Enfermeiros, diz Pedro Costa, não pode reivindicar a melhoria de condições para os enfermeiros no SNS e “depois aceitar condições menos dignas, ainda para mais no setor Social, que tem especial responsabilidade na proteção e cuidado dos outros”.

A Enfermagem, garante, “tem tido um papel fundamental na excelência de cuidados de saúde prestados nas diferentes unidades da União das Mutualidades Portuguesas”. Também por isso, sustenta Pedro Costa, “é preciso ter em conta as extremas dificuldades que os enfermeiros enfrentam”.

Diariamente, defende Pedro Costa, os enfermeiros estão sujeitos “a uma enorme pressão, exercendo uma profissão com elevada complexidade, em permanente contato com a doença e até mesmo a morte”. Além de, acrescenta, “toda a dificuldade que é lidar com pessoas nos momentos de maior fragilidade e, acima de tudo, de impotência perante o momento. E que, naturalmente, tem reflexos na própria saúde dos profissionais, como referem estudos recentes que apontam que um em cada cinco enfermeiros se sente em exaustão emocional, a qual se agravou com a pandemia”.

“Face à atual situação, é preciso ir mais longe para compensar os enfermeiros das perdas de rendimento e refletir positivamente uma valorização da tabela salarial e demais cláusulas”, adverte o sindicato.

“O esforço de aproximação efetuado na revisão da Tabela Remuneratória é apenas um fator, que isolado e na ausência de uma carreira autónoma onde possa existir uma progressão efetiva e consequente diferenciação, de acordo com avaliação de desempenho e anos de serviço, penaliza todos os que procuram construir o seu projeto profissional na União das Mutualidades Portuguesas”, finalizou.

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