
“T2 em S. Vicente, 275 mil €”: assim estavam publicitados 100 m² em Braga. As perguntas que tenho vontade de fazer são: quantos filhos pode ter uma jovem família em 100 m²? Quantas jovens famílias podem adquirir um apartamento por 275 mil euros?
O que aconteceu à nossa cidade para que hoje as famílias não consigam adquirir casa? Braga apresenta um crescente défice habitacional, sobretudo para famílias jovens e das classes baixa e média. Como passámos de uma cidade atraente, com preços habitacionais equilibrados, que em 1970 ascendeu a terceira maior cidade do país, para uma realidade bracarense em 2025 onde faltam casas e, consequentemente, o mercado se hiperinflacionou?
A Câmara Municipal de Braga informa números recorde de pedidos de licenciamento, mas mesmo assim faltam casas.
Podemos fingir que não vemos…, mas o CHEGA escolherá sempre ver e ouvir o povo, e fazê-lo é entender que a pressão demográfica exercida em Braga pelas vagas contínuas de imigração não permite que se atinja o equilíbrio entre a construção e as necessidades reais. O que temos é mais e mais procura, para uma oferta escassa e que custa a aparecer.
Não podemos fingir que não sabemos que a maioria dos contratos de arrendamento não renovados a nativos tem apenas uma leitura: retirar famílias bracarenses da sua habitação habitual, sob a capa de um aumento “normal” da renda, para as substituir e colocar no mesmo espaço 10, 12… ou 20 imigrantes empilhados em beliches. Sim, é a desumanidade da locação a imigrantes amontoados que está a inflacionar os preços, a colocar pressão no mercado e a impossibilitar um número cada vez maior de bracarenses de encontrar casa.
Uma família bracarense não pode pagar 1.000 (ou mais) euros por um T2, mas 12 imigrantes amontoados no mesmo espaço podem. Não podemos continuar ideologicamente cegos!
E a habitação social? O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, mostrou-se orgulhoso com o gasto de 2,2 milhões de euros na aquisição de 15 habitações, mas nós perguntamos: qual deverá ser o papel da Câmara perante os problemas habitacionais? Comprar casas no mercado, diminuindo a oferta e colocando mais pressão nos preços? Ou implementar planos de construção (social) que aumentem a oferta e possam influenciar a baixa de preços?
Estamos a completar oito anos de Ricardo Rio, oito anos de PSD e CDS, e não vimos a cidade crescer em espaço habitacional com infraestruturas e redes de mobilidade consistentes com as necessidades de quem escolhe morar em Braga.
Não só Ricardo Rio não criou espaços habitacionais funcionais, como tem realizado convites continuados para que comunidades estrangeiras continuem a rumar a Braga.
A continuar assim, não há como colocar os bracarenses a “habitar o Futuro”.
Artigo de Filipe Aguiar, presidente ca Concelhia do CHEGA Braga.