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Equipa da UMinho cria sistema que identifica instrumentos cirúrgicos deixados nos pacientes

Álvaro Sampaio, Paulo Simões, Pedro Arezes e António Pontes

A Sociedade Americana de Ergonomia e Fatores Humanos (HFES) premiou uma equipa das Escolas de Engenharia e de Arquitetura da Universidade do Minho (UMinho) pelo melhor artigo de 2019 na revista Ergonomics in Design, com um sistema que identifica instrumentos cirúrgicos deixados nos pacientes.

É a primeira vez que o prémio, criado há três décadas, distingue portugueses e vai ser atribuído no Congresso Anual da HFES, que decorre de 5 a 9 de outubro, a partir de Chicago, nos Estados Unidos da Amércia. O júri do galardão juntou 50 figuras de universidades de topo e instituições como Google, NASA e General Motors.

Todos os anos é deixado material cirúrgico no corpo de pacientes, devido a negligência e ao stress na mesa de operações. A equipa da UMinho – Álvaro Sampaio, António Pontes, Paulo Simões e Pedro Arezes – propõe um sistema RFID (identificador por rádio frequência) incorporado nos instrumentos cirúrgicos, de forma a que estes sejam logo detetados e não fiquem esquecidos no corpo dos doentes. Em particular, o estudo analisou e mapeou áreas de contacto entre as mãos dos cirurgiões e sete tesouras cirúrgicas. A ideia foi assegurar, através da avaliação dos próprios profissionais, que a posição do RFID não perturba na manipulação dos instrumentos.

“Cremos que este é um importante contributo para diminuir este tipo de ocorrência e assim aumentar de forma manifesta a segurança dos pacientes”, diz Álvaro Sampaio.

O trabalho multidisciplinar inovou nos padrões das áreas de contato mão-produto, isto é, no modo como o utilizador interage manualmente com um artefacto.

“Esta metodologia pode ser aplicada na conceção e desenvolvimento de outros produtos, em especial para interações similares, pois escasseiam técnicas padrão para caraterizar e avaliar áreas de contacto entre a mão e os produtos”, nota o investigador.

artigo premiado intitula-se “Hand-product contact point detection on surgical instruments: a user evaluation”. A HFES é uma das sociedades mais influentes do mundo em ergonomia. Nasceu em 1955 em Los Angeles, tem 65 filiais na América do Norte e Europa e reúne mais de 4000 profissionais.

Álvaro Sampaio é doutorado em Engenharia de Polímeros, professor da Escola de Arquitetura da UMinho, investigador do Laboratório de Paisagens, Património e Território e diretor operacional do laboratório Done Lab.

António Pontes é doutorado em Projeto e Processamento de Polímeros, professor da Escola de Engenharia da UMinho (EEUM), investigador do Instituto de Polímeros e Compósitos, coordenador de projetos I&D na parceria Bosch/UMinho e vice-presidente do PIEP – Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros.

Paulo Simões é doutorando em Engenharia Industrial e de Sistemas, investigador no Centro Algoritmi e designer industrial na Beckman Coulter (Suíça).

Pedro Arezes é doutorado em Engenharia de Produção e Sistemas, professor catedrático e presidente da EEUM, coordenador do grupo Ergonomia e Fatores Humanos do Algoritmi e diretor do Programa MIT Portugal.

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