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BragaCaminho que liga Braga a Santiago de Compostela chegou ao Intergrupo Europeu

Caminho que liga Braga a Santiago de Compostela chegou ao Intergrupo Europeu

© Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros

O Caminho da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Combostela, foi apresentado em Bruxelas a José Manuel Fernandes, que integra o Intergrupo Património Cultural Europeu dos Caminhos de Santiago, cujas atividades abrangem o programa Rotas Culturais do Conselho da Europa.

O eurodeputado convidou e recebeu uma comitiva de autarcas de Amares, Vila Verde e Terras de Bouro na quarta-feira, altura em que o presidente da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos aproveitou para dar a conhecer a rota jacobeia que liga Braga a Santiago.

“Encarei o gesto como algo muito positivo”, afirmou o eurodeputado, mais até porque compõe o Intergrupo Património Cultural Europeu, Caminhos de Santiago e Outras Rotas Culturais Europeias, presidido pelo galego Francisco José Millán Monque e que divulga os diferentes itinerários culturais e históricos da Europa.

“Eu tenho interesse em divulgar o Caminho de Santiago, mas também outros itinerários, como os de São Bento da Porta Aberta ou de Fátima, para os quais também devemos olhar. Eu próprio já fui a pé desde Vila Verde a São Bento e a Fátima, e também quero ir a Santiago de Compostela”, adiantou José Manuel Fernandes.

Quanto ao Caminho da Geira e dos Arrieiros, esclareceu que a iniciativa partiu do “presidente de Caldelas, freguesia onde está o primeiro albergue deste caminho que promovem”. “É um traçado que desconhecia e que tem a particularidade de sair de Portugal, entrar em Espanha e voltar a entrar em Portugal. O objetivo deles é divulgar um caminho com 500 compostelas emitidas este ano e que dizem ter sido percorrido por um total de mil pessoas”, adiantou.

“Há uma outra particularidade, este é um percurso onde também se encontra a história, como na antiga via romana XVIII, natureza e para quem acredita e é peregrino, toda a beleza do caminho”, destacou depois da apresentação que lhe foi feita.

O eurodeputado confessou que um dia gostaria de fazer o Caminho de Santiago, “mas sem tempo marcado”, acampando onde estivesse quando lhe apetecesse parar ou encontrasse pessoas com as quais quisesse ficar a falar, “sem estar pressionado pelo tempo”. “O meu sonho é fazer o caminho assim, dizem-me que é impossível, mas é uma coisa que eu gostava de concretizar”, refere José Manuel Fernandes, também presidente da Delegação Parlamentar UE-Brasil e que na quinta-feira foi condecorado pelo governo brasileiro com a Ordem do Rio Branco, que distingue serviços meritórios e virtudes cívicas.

O presidente da União das Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Manuel Almeida, explicou que, “no início da sessão da manhã de quinta-feira com o eurodeputado”, aproveitou a oportunidade para “publicamente lhe oferecer uma placa e um guia do Caminho da Geira e dos Arrieiros e desafiá-lo a fazer o percurso”.

“Falámos um bocado sobre este caminho. Convidei-o a fazê-lo e garanti que lhe dava assistência, fazendo uma equipa com mais duas ou três pessoas para irmos com ele. Ficou de pensar e de ver a sua agenda. Quanto mais não seja faz uma ou duas etapas para ficar a conhecer alguma coisa”, adiantou o autarca.

Sobre a afluência de peregrinos ao Caminho da Geira e dos Arrieiros, José Manuel Almeida considera que “nunca será um itinerário de massas, mas paulatinamente irá aumentando o seu número”. “Acredito, pelo retorno que tenho tido das pessoas, que o próximo ano, se não houver nada de extraordinário, será excecional no aspeto do crescimento de peregrinos, porque há muita procura de informação”, sustentou.

“É bom que cresça, mas não que seja massificado. Assim vai manter a essência de um caminho autêntico, difícil, mas que qualquer pessoa preparada consegue percorrer, com recurso a GPS às vezes. Merece respeito, mas não é preciso ter medo”, conclui o autarca.

Este itinerário de 239 quilómetros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem.

Nos últimos seis anos foi percorrido por quase 4.000 peregrinos, sobretudo de Portugal e Espanha, mas também do resto da Europa, da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba.

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