
Uma família residente no Caminho da Vinha, na freguesia de Cunha, em Braga, tem sido afetada ao longo de vários anos pelas enchentes provocadas pelas chuvas.
O casal, com duas filhas menores, tem apelado à Autarquia local por uma intervenção urgente no caminho público, uma vez que, além de sofrerem com as várias inundações, têm sofrido prejuízos.
Em dias de escola, o casal tem de levar uma das filhas de galochas até à estrada principal, uma vez que o estado degradado e inundado do caminho público impede a carrinha da escola de buscar a menor à porta de casa. “Não tem lógica a minha filha mais nova ir com galochas até à estrada principal para apanhar a carrinha da escola. Acompanho-a com um par de sapatos para trocá-los antes da carrinha chegar. Não se justifica, estamos no século XXI”, lamentou Karine da Silva.

A moradora afirmou que o casal já chegou a danificar viaturas e que o carteiro e o padeiro recusam-se a efetuarem as respetivas encomendas à porta.
De acordo com o casal, a situação foi reportada à Junta de Freguesia de Arentim e Cunha há sete anos e estão “cansados” dos vários apelos, uma vez que a falta de intervenção no caminho está a impossibilitar a transformação desta moradia num alojamento local. “Há sete anos que reportámos esta situação à Junta de Freguesia e até hoje nada foi feito. Quando começa a chover, o caminho transforma-se num autêntico rio. Queremos transformar esta habitação num alojamento local e fazer outros investimentos na freguesia, mas não estamos a ter nenhum apoio. Temos esta habitação com todas as condições para atrair Turismo, mas o caminho dificulta o acesso às viaturas de quem pretende usufruir da tranquilidade que esta freguesia oferece”, sublinhou a habitante.
Além das enchentes, Karine da Silva alertou que há quedas de pedras para o caminho público, pondo em causa a segurança dos caminhantes.
Por sua vez, José Afonso, presidente da União de Freguesias de Arentim e Cunha, explicou que a Autarquia local pediu uma vistoria por parte da Câmara Municipal, mas que os técnicos do Município afirmaram que “pouco se pode fazer devido às águas percorrerem terrenos particulares”.
“Este é um assunto que temos em mãos e que temos consciência do transtorno que tem dado aos moradores. Em 2018, solicitámos uma vistoria ao Caminho da Vinha e enviámos fotos da água existente no local. Depois de várias visitas, os técnicos da Câmara Municipal disseram que não havia muito a fazer devido às águas que vinham de terrenos particulares que caíam no caminho. Não concordámos com a situação apresentada e solicitámos que as águas deveriam ser canalizadas”, disse José Afonso.
O autarca referiu que em 2019 voltaram a enviar uma reclamação ao Município para uma intervenção urgente, mas como não obtiveram resposta, pediram em outubro de 2020 o fornecimento de tubos de águas pluviais.
“Como nada estava a ser feito pela Câmara Municipal, solicitámos o fornecimento de tubos de águas pluviais por parte da Autarquia para que nós, enquanto Executivo, colocássemos esses tubos, fazendo a recolha das águas, mas até hoje, nada nos foi entregue. Estamos agora a finalizar um levantamento de um processo para resolver esta situação. Já solicitámos uns orçamentos e pedimos aos proprietários do terreno abandonado, junto desse caminho, a cedência de uma parcela de terreno para fazer um muro de suporte das terras. Como é sabido, isto demora sempre muito tempo, pois o terreno é de vários herdeiros e dá sempre muita confusão”, finalizou José Afonso.