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OpiniãoA inteligência artificial vai salvar a humanidade

A inteligência artificial vai salvar a humanidade

Artigo de opinião de Mário Coelho.

© Mário Coelho

Nas últimas três décadas temos vindo a assistir à progressiva digitalização do mundo em que vivemos. Nesta fase da evolução humana, podemos estar quase no ponto de deixar de o ser, pois estamos a digitalizar os relacionamentos humanos. Felizmente, a inteligência artificial é a chave para salvar a humanidade, ajudam-nos a dar a volta, trazendo o que outrora existia nos Humanos.

O caso

A maioria dos processos de mudança, para serem bem-sucedidos, têm de atuar em três níveis: pessoas, ferramentas e processos. No caso da digitalização do relacionamento humano, lato sensu, a questão sobre o que se digitalizou primeiro, se as ferramentas, se os processos, é como a velha questão do ovo e da galinha. Não vou entrar por aí, dando de barato que, algures no tempo, fomos capazes de, em alguns contextos da vida humana, digitalizar as ferramentas e depois os processos, e noutros contextos, digitalizar os processos e depois as ferramentas. A parte difícil desta tríade era digitalizar as pessoas. Até que apareceu o chatGPT e afins. Hoje a maioria das pessoas não faz quase nada sem antes pensar com a sua inteligência… artificial. Ou seja, fomos digitalizados e não nos apercebemos.

Então como é que a inteligência artificial é a chave que para salvar anos está a fazer perder a humanidade?

Exemplos práticos da influência da inteligência artificial na humanidade

Apesar de eu ser muito novo, posso dizer que sou do tempo em que não existiam computadores pessoais, internet, redes sociais, smartphones, e por aqui me fico. Nos antigamentes, as pessoas falavam umas com as outras, cara a cara. Passamos a fazê-lo pelos chats (esta é para os saudosos do mIRC), cada um no seu computador pessoal e através da internet. Vieram as redes sociais e este modelo de comunicação escalou. Vieram os smartphones, e isto conseguiu escalar ainda mais, pois passamos a ter o computador, a internet e as redes sociais, tudo centralizado e na palma da nossa mão.

Mas até aqui, já com as ferramentas e os processos de comunicação e relacionamento digitalizados, ainda tínhamos de ser nós, os humanos, a pensar no que escrever. Era o último bastião da Humanidade, e foi quebrado pela massificação do acesso aos chatGPT da vida. Desta feita, hoje em dia, escrevemos os prompts, o chatGPT converte em texto “humano”, e nós enviamos uns aos outros. É assim nas escolas, onde os professores preparam as aulas e os alunos fazem os trabalhos, ambos com o chatGPT. É assim nas empresas, onde clientes e fornecedores preparam os emails que trocam entre si com a ajuda do chatGPT. É assim nas redes sociais, onde os posts, as mensagens escritas, as imagens, os vídeos, tudo é feito pelo chatGPT e o humano se limita a publicar.

Então como é que a inteligência artificial nos vai fazer recuperar a humanidade?

Como a inteligência artificial vai salvar a humanidade?

Chegados a este ponto, e porque, apesar de tudo, ainda temos a inteligência humana, começo a ver cada vez mais gente a desconfiar de tudo o que ouve, lê e vê, na Internet, no smartphone, nas redes sociais, na televisão. Agora querem ouvir, ler e ver, mas ao vivo, como se faziam antigamente, com as pessoas frente a frente, se possível com uma bebida (quente por estes dias) na mão.

Naturalmente que este texto pinta o cenário mais negro do que realmente poderá ser. Mas o objetivo do mesmo é bastante mais claro. Há esperança! A inteligência artificial veio fechar o ciclo na digitalização dos relacionamentos humanos e em tudo o que à nossa vida em sociedade diz respeito. Mas vai ser a própria inteligência artificial a chave que vai salvar a humanidade. O que acontece quando fechamos o ciclo, ou como se diz por vezes, fazemos uma “mudança de 360 graus”? Voltamos ao ponto de partida, voltamos a ser quem éramos.

Neste caso, voltamos a relacionar-nos como seres humanos que somos. Já são muitos os exemplos de escolas onde o smartphone fica à porta. A informação sobre os malefícios do uso excessivo de tecnologia é cada vez mais, e mais disseminada. Enfim, é um privilégio poder viver numa época em que a evolução das coisas, que antes demorava séculos, agora demora décadas e nós estamos na fila da frente para assistir a tudo.

Termino dizendo que, até por força da minha atividade profissional, defendo e uso inteligência artificial no meu dia-a-dia. Mas para coisas onde esta é realmente uma mais-valia. O que, por exemplo, não é o caso deste texto, que foi totalmente escrito sem recurso ao chatGPT.

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