As comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril mobilizaram hoje, em Vila Verde, movimentos e pessoas de diferentes gerações numa “verdadeira manifestação democrática para valorizar a determinação no processo de construção de um concelho cada vez melhor para todas as pessoas”.
“Continuar Abril é uma missão permanente pela paz e pelo progresso das nossas terras e das nossas gentes”, projetou a presidente da Câmara Municipal, Júlia Rodrigues Fernandes, na sessão solene comemorativa, marcada por diversos momentos de animação cultural inspirados na Revolução dos Cravos.
A fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários liderou o cortejo popular desde a Praça do Município à Adega Cultural, onde decorreu a cerimónia que deu espaço à intervenção dos diferentes grupos políticos da Assembleia Municipal.
No balanço dos 50 anos da Revolução, sobressaiu o reconhecimento pela conquista da liberdade e da democracia como determinantes no processo de desenvolvimento do país, “apesar das lacunas e do caminho que ainda é preciso fazer para assegurar o cumprimento pleno dos valores de Abril”.
Neste “processo contínuo de concretização”, a presidente da Câmara apelou “à mobilização e à participação ativa de todos”, dando exemplo do programa comemorativo do Município para os 50 anos da Revolução, que conta com a participação e o envolvimento de autarquias locais, associações e outras instituições, escolas e agrupamentos de escolas, empreendedores e vilaverdenses em geral.
“Todos juntos, trabalhamos de forma articulada e em rede. Vamos continuar esta caminhada iniciada há 50 anos, por Portugal e por Vila Verde”, apontou a autarca, desafiando particularmente para o trabalho no concelho, que pretende “cada vez mais moderno e competitivo, mais justo e inclusivo, mais solidário e cada vez mais atrativo”.
Júlia Rodrigues Fernandes fez questão de sublinhar que “o Município de Vila Verde não tem virado a cara à luta nem regateado esforços na construção de um concelho em que todos possam viver cada vez melhor”.
Elencando um conjunto de investimentos municipais em curso, assumiu que “a saúde e a educação são áreas prioritárias e fundamentais para um desenvolvimento que coloca as pessoas sempre em primeiro lugar”.
“Estamos também a investir fortemente no reforço dos serviços básicos, como são as redes de saneamento e de abastecimento de água. Estamos a trabalhar para reforçar e melhorar a recolha e a gestão dos resíduos, com uma intervenção que queremos cada vez mais sustentável e valorizadora dos recursos naturais”, acrescentou a autarca.
A requalificação da rede viária municipal, que “foi fortemente penalizada por adversidades climatéricas”, mereceu uma referência especial nos investimentos da Autarquia. O Município está também a trabalhar para “garantir novas alternativas ao nível das acessibilidades, como são o acesso ao Parque Industrial de Oleiros e o futuro Eixo Norte-Sul”. Sobre a pretendida construção da variante à EN 101 em Vila Verde, a presidente da Câmara adiantou que está “a intensificar os esforços e a luta”.
Apelo aos jovens
No encerramento das intervenções políticas, o presidente das Assembleia Municipal de Vila Verde, Carlos Arantes, deu especial atenção à juventude. De olhos postos no futuro, sublinhou o apelo à participação dos jovens na política e, de modo especial, nos atos eleitorais.
“Viver em democracia é, sobretudo, ter a oportunidade de escolher”, alertou Carlos Arantes, alertando que “o desinteresse pelo voto é um perigoso precursor da ditadura”. Por isso, desafiou a que todos se empenhem “sempre mais na democratização da liberdade”.
O presidente da Assembleia Municipal fez ainda questão de deixar uma palavra de apreço às pessoas que desempenham cargos públicos, fazendo referência à nomeação do vilaverdense José Manuel Fernandes como ministro da Agricultura e Pescas do atual governo.
Elencando alguns desafios que enfrentam a sociedade atual e aos quais “os decisores são chamados a dar resposta com responsabilidade”, Carlos Arantes frisou a importância de consolidar o processo de desenvolvimento, porque “só se é livre quando se tem direito à escolha, à saúde, à educação, à habitação, a direitos fundamentais para uma vida condigna”.
A sessão comemorativa abriu com um espetáculo de música e encenação interpretado pelo coro de Iniciação da Academia de Música de Vila Verde, a que se seguiram as intervenções políticas de Samuel Estrada (presidente da Junta de Atiães), Ricardo Cerqueira (do Bloco de Esquerda), Paulo Gomes (CDS/PP), Pedro Araújo (PS) e Manuel Barros (PSD).
O cantor Rogério Braga encerrou a cerimónia, depois da atuação da Escola de Música da Vila de Prado e da declamação de poemas vencedores do concurso ‘Poemas de Abril’ – por Tomé Dias, em representação do 3.º ano da EB n.º 2 de Vila Verde, com o poema “No tempo pequenino dos meus avós”, e por Catarina Sousa e Mateus Sousa, com o poema “Flores de Liberdade” do 4.º ano da Escola Básica Monsenhor Elísio Araújo.