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Venda de máscaras gera mais de mil reclamações em Portugal

A venda de máscaras de proteção gerou mais de mil reclamações entre 18 de março e 26 de junho no Portal da Queixa. Em 100 dias foram analisadas 1.016 queixas. Os principais motivos estão relacionados com o atraso na entrega da encomenda, o preço excessivo e burla.

De acordo com uma análise feita pela equipa do Portal da Queixa, as farmácias foram o principal alvo de queixas relativamente a venda de máscaras. As queixas apresentadas incidiram no valor excessivo e na escassez face à enorme procura por parte dos consumidores.

A preocupação com a falta e do uso obrigatório de máscaras fez disparar a produção máscaras sociais em várias empresas têxteis do país, uma iniciativa que veio aumentar a oferta e que, equacionada com a redução do IVA para 6%, permitiu uma diminuição no valor de venda.

Como revela o Portal da Queixa, durante os 100 dias analisados, as marcas que mais queixas receberam foram a MO Online – Modalfa (348); 365 Inbox (158); Pano Fino (43); N95 Portugal (38) e Zippy (15).

Entre os principais motivos que levaram os consumidores a apresentar as suas reclamações estão o atraso na entrega das encomendas (68%), preço excessivo (12%), burla (11%), no conformidade com o Citeve (5%) e outras (4%).

A equipa do Portal da Queixa constatou que foi significativo o número de consumidores que manifestaram a sua insatisfação pela demora na entrega das encomendas das máscaras adquiridas. A MO Online foi a marca que mais queixas recebeu relativamente às entregas das encomendas.

Através do Portal da Queixa, a marca de vestuário da Sonae teve 79% de respostas de apoio aos consumidores, no entanto, evidenciou-se a sua ineficiência ao registar apenas 33% de taxa de solução, motivando desta forma uma insatisfação enorme junto dos consumidores que avaliaram a marca com uma média da avaliação de satisfação de apenas 3 numa escala de 10.

Expressivo foi também o número de alegados casos de burla relatados pelos consumidores que efetuaram as suas compras online e nunca receberam as suas encomendas até hoje. Segundo a análise do Portal da Queixa, os mais de 30 consumidores que reclamaram da marca N95 Portugal, não consideraram ainda resolvidas as suas divergências pelo no recebimento das encomendas ou pela falta de reembolso do valor pago.

“Infelizmente, em momentos de crise como este, assistimos com muita frequência a um aproveitamento da iliteracia digital dos consumidores, para a pártica fraudulenta de venda de produtos que nunca são entregues. Se as burlas e esquemas de fraude pela Internet já vinham a aumentar nos últimos anos, as compras através do comércio eletrónico colocaram os consumidores mais vulneráveis, num nível ainda mais elevado de risco de serem enganados. O desconhecimento de práticas de segurança e controlo de indicadores que permitam a compra em locais fidedignos são elementos essenciais que qualquer consumidor deve ter em conta na hora de comprar online. Por sua vez, os organismos do estado que tutelam e supervisionam os agentes económicos têm o dever de alertar para os perigos existentes no ecossistema de consumo, salvaguardando os interesses dos portugueses, o que infelizmente no se tem verificado”, explicou Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa.

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