Sabia que em Trás-os-Montes há uma pedra com 18 caracteres em cinco linhas horizontais, que é possivelmente anterior aos primeiros alfabetos conhecidos? E que o hall da sede da ONU tem uma cópia do acordo de paz escrito entre hititas e egípcios no século XIII a.C.? Para mostrar que as primeiras civilizações têm influência na escrita, na língua e no pensamento da atualidade, a Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho, em Braga, está a receber até hoje as I Jornadas Transculturais do Antigo Próximo Oriente.
A iniciativa é rara em Portugal e inclui esta terça e quarta-feira à tarde um minicurso de linguística indo-europeia, por Guglielmo Inglese, da Universidade de Turim (Itália). As jornadas já abordaram temas como as primeiras escritas ibéricas baseadas em alfabeto, a diplomacia dos hititas, o poeta Homero, as escavações arqueológicas no Médio Oriente e a escrita em argila.
O evento contou desde 22 de maio com intervenções de Naoko Yamagata (Open University, Inglaterra), Aren Maeir (Universidade de Bar-Ilan, Israel), bem como de Adriano Cordeiro (Universidade de Coimbra), Mila Abreu (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), António Almeida, José Carlos Fernández, Juan Arias e António Freitas (todos da UMinho). A organização cabe ao Núcleo de Estudos Transculturais do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho (CEHUM), com apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Gaman e da Nova Acrópole.