A Comissão Política do CDS de Braga considera que os utentes e funcionários dos centros de dia devem integrar os grupos prioritários do plano de vacinação contra a Covid-19.
Em comunicado, os centristas afirmam que “aquando do início do surto pandémico, a resposta aos centros de dia, não abrangendo o regime residencial, foi encerrada. À época, esta decisão prendia-se com a segurança de todos os mais velhos que poderiam, em espaço centro de dia, estar expostos à Covid-19. Na tentativa de evitar a propagação do vírus, a resposta encerra juntamente com a interrupção do apoio ao domicílio. Após o primeiro confinamento, o apoio ao domicilio voltou ao terreno, mantendo-se os centros de dia encerrados. Esta decisão, perante o desconhecido, foi compreensível e entendível. Certo é que, chegada a vacina, não se justifica que utentes e funcionários dos centros de dia não constem dos grupos prioritários”.
Altino Bessa, presidente da concelhia do CDS, sublinha que “o fim do contacto social para tantos dos que frequentavam centros de dia neste país pode significar uma perda irreparável a nível cognitivo, aumentando ainda o isolamento social, a solidão, a depressão e ansiedade da população mais envelhecida”.
“Estas e outras questões sociais e humanistas associadas à inexistência desta resposta social tem que inquietar ao ponto de nos associarmos às várias famílias que viram os seus mais velhos privados de um apoio fundamental. O encerramento dos centros de dia reflete-se de forma nociva nos cuidadores informais, fundamentalmente, a nível profissional. Sendo que deixaram de poder recorrer ao apoio do centro de dia, muitos familiares tiveram que alterar a sua logística familiar e profissional no desiderato de cuidar do seu idoso. Pode até surgir o argumento de que o apoio ao domicílio colmata a falta do centro de dia. No entanto, essa possível argumentação não é válida porque todos sabemos que o acompanhamento domiciliário não garante a abrangência da resposta prestada pelo centro de dia, assegurando apenas as refeições ao domicílio e o apoio na higiene pessoal. O apoio ao domicílio não resolve a falta de cuidados e serviços fundamentais que podem minorar a situação dramática a que muitas famílias estão expostas”, explica o centrista.
Estando quase a perfazer um ano desde o encerramento dos centros de dia e com o surgimento da vacina, Altino Bessa defende que os utentes e recursos humanos dos centros de dia devem estar incluídos no plano de vacinação como grupo prioritário. “Estas pessoas estão há um ano votadas, muitas delas, à sua sorte porque nem todos têm estrutura familiar para garantir a devida retaguarda. Todas as problemáticas elencadas podem ser ultrapassadas se se assumir que esta resposta é deveras fundamental, avançando, assim, com a inclusão de utentes e funcionários dos centros de dia nos prioritários para vacinação. É inteligível que esta medida pode mitigar tantas das dificuldades sentidas pela pessoa idosa e respetivas famílias”, sustenta.
Para o CDS, incluir este coletivo nos grupos prioritários de vacinação seria apostar na prevenção de contágio, garantindo a segurança no funcionamento desta resposta social.
“Espera-se responsabilidade por parte do Governo no apoio efetivo a estas instituições, atribuindo-lhes as condições necessárias à reestruturação dos serviços de apoio à população idosa. Um ano é muito tempo. Urge que se pense nas variadas situações adversas a que estão fadados os utentes e as famílias que perderam este apoio. O cenário que vivenciamos, por si só, é extremamente desgastante. Façamos um esforço para perceber como deve ser complexo lidar com o agravamento das debilidades físicas e cognitivas de cada pessoa idosa e que podiam ser amenizadas nos centros de dia que certamente asseguraria melhor qualidade de vida aos nossos mais velhos. O Governo tem de concentrar esforços também na vacinação deste grupo para, posteriormente, reavaliar estratégias que garantam a abertura dos centros de dia. Basta de inércia social. Encaramos esta como uma causa de todos nós”, finalizou.