Os habitantes da freguesia de Priscos, em Braga, estão revoltados com as descargas diárias de toneladas de terra numa zona verde, no Lugar de Pinheiral, ao lado da Nacional 103-2. Os moradores temem que haja deslizamentos de terra, prejudicando propriedades vizinhas.
Altina Garcia, habitante de Priscos, contou que as descargas de terra estão a ser realizadas por uma empresa privada e que estão a afetar a vegetação arbustiva e arbórea daquela zona. “As áreas não atingidas por movimentos de terra não estão a ser protegidas e não existe uma vedação no local”, informou.
Para a moradora, “competia ao adjudicatário tomar as disposições adequadas para o efeito, tais como instalar vedação no local e resguardos onde for conveniente ou necessário”.
A habitante alertou que não estão a ser respeitadas as medidas das camadas de solo do aterro e da fundação, que “deverá dispor à superfície em degraus, de forma a assegurar a ligação adequada entre o material de aterro e o terreno natural” e que “não deve ser inferior à espessura de duas camadas”.
Altina Garcia alertou, também, que o aterro não está a ser efetuado de forma a dar o devido escoamento às águas. “O declive transversal é muito superior a 6%. É necessário evitar a degradação de nascentes e recursos hídricos, bem como as áreas de proteção permanente e de proteção ambiental. Os habitantes temem que haja deslizamentos de terras, que podem prejudicar propriedades vizinhas. Além disso, os trabalhos efetuados no local estão a prejudicar a paisagem, estando a zona a ficar irreconhecível após esta atividade”, sublinhou.
A Braga TV contactou a Junta de Freguesia de Priscos que respondeu “tratar-se de um aterro particular em propriedade particular, sem aparentes constrangimentos a terceiros”.
Israel Pinto, presidente da Junta de Priscos, afirmou que a empresa foi inicialmente alertada pelo Executivo sobre a existência de uma linha de água que abastece o cemitério da freguesia e que “não houve nenhuma reclamação sobre os trabalhos do aterro à Junta”.
“Houve alguma apreensão inicial devido à existência de uma linha de água nas proximidades que abastece o cemitério da freguesia. Após contacto com o responsável do aterro, essa salvaguarda foi e será mantida, como não poderia ser de outra forma. Até ao momento, não existe qualquer reclamação nesta Junta de Freguesia a este assunto em questão”, referiu o autarca.