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Bom Jesus de Braga realiza sessão noturna para observar borboletas

Está em curso um projeto de estudo, caracterização e levantamento da fauna e da flora presente em toda a área do Santuário.

© Confraria do Bom Jesus do Monte

A Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, a Universidade do Minho / IBS / CBMA e a Fundação Bracara Augusta têm em curso um projeto que visa o estudo, a caracterização e o levantamento da fauna e da flora presente em toda a área do Santuário.

Este é um um projeto de valorização de todo o património ambiental desta área classificada. Para Varico Pereira, gestor do Santuário para a UNESCO, “esta sessão de observação enquadra-se nas ações de inventariação e monotorização do património natural, necessárias para responder às recomendações da UNESCO, neste domínio da natureza. Por outro lado, este projeto da Fauna e Flora do Bom Jesus, vem reforçar os laços de colaboração entre instituições e entre a comunidade local, possibilitando conhecer uma dimensão mais desconhecida desta estância, a vida dos animais e plantas noturnas, da mata do Bom Jesus”.

Está atualmente uma equipa de estudantes finalistas do curso de Biologia Aplicada a realizar o estudo e a sugerir medidas de intervenção que visam salvaguardar, valorizar e potenciar todo este valor patrimonial, ambiental e paisagístico.

Para Fátima Pereira, diretora executiva da Fundação Bracara Augusta, “este é um projeto que mobiliza a Fundação Bracara Augusta no reconhecimento da importância do património ambiental, da fauna e da flora, que tem que ser identificado e protegido, e que nos abre uma nova abordagem e todo um leque de novos conteúdos educativos. Trata-se de um importante contributo para a educação patrimonial e ambiental e para a promoção de um bem de enorme valor para Braga. É determinante, até mesmo uma condição, para a preservação do Santuário a aposta na educação patrimonial. Este é um bem que tem que contar com a mobilização de toda a comunidade e só assim se consegue”.

Neste âmbito, ocorreu no dia 23 de abril, no Santuário do Bom Jesus do Monte, uma iniciativa noturna aberta ao público e na qual participaram cerca de três dezenas de pessoas, entre crianças, jovens alunos da UMinho e adultos de diferentes faixas etárias e que percorreu a área da mata na procura e identificação das espécies animais. Foi também montada uma armadilha luminosa usada para atrair borboletas noturnas para a sua posterior identificação. Este tipo de armadilhas não letais está a ser utilizado num projeto de ciência cidadã ao nível nacional, que está a monitorizar a nível nacional as populações destas borboletas muito pouco conhecidas em Portugal.

O trabalho desenvolvido pelos estudantes envolve observações diretas, uso de equipamento de amostragem, bem como o registo fotográfico de tudo o que vai surgindo com o decorrer das estações do ano. O projeto pretende obter, no final, um retrato da comunidade biológica suportada pela mata do Bom Jesus bem como identificar zonas onde possam ser promovidas medidas de gestão que levem ao suporte de uma maior diversidade biológica. O trabalho realizado até ao momento já permitiu detetar algumas curiosidades, como a presença de carnívoros como a raposa e a geneta, bem como a localização de zonas preferenciais para a observação de certos tipos de aves florestais.

Não sendo ainda a época com maior diversidade, os sapos (Bufo spinosus), os opilions (aracnídeo de patas longas e com um cefalotorax muito caraterístico) e os gafanhotos foram as estrelas da noite. No pouco tempo em que a armadilha luminosa esteve ativa, os participantes conseguiram a identificação de duas espécies de borboletas noturnas “bastante interessantes dado o seu colorido pouco habitual” neste grupo de insetos: Hecatera dysodea e Orthosia cerasi.

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