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OpiniãoSou Cristão e voto Iniciativa Liberal

Sou Cristão e voto Iniciativa Liberal

© João Fernandes

Antes de mais, um pequeno enquadramento de um total desconhecido: enquanto fruto da geração à rasca, tive a sorte de usufruir de uma humilde educação cristã na periferia de Lisboa (com todos os obstáculos e problemas associados), com raízes profundas na Beira Baixa e tradição familiar de iniciativa profissional autónoma.

Com base nestes fatores fui crescendo e amadurecendo o meu conhecimento, valores e ideologia até ao dia de hoje, em que sou esposo, pai, cristão e empresário. Poderão haver outros fatores endógenos à minha personalidade mais empreendedora, mas o facto é que analiso o contexto em que cresci, para perceber o porquê das minhas convicções profundas.

Feita a breve apresentação, importa referir que tudo o que defendo politicamente pode-se resumir em três conceitos básicos, “Bom Senso“, “Exemplo” e “Livre Arbítrio”. Mas mesmo sendo básicos, é fácil nos dias que correm serem conceitos sujeitos às mais variadas interpretações. Eis a minha.

Julgo ser de Bom Senso que Portugal se encontra numa situação económica e social calamitosa em vários níveis: Déficit e dívida a um nível incomportável; Endividamento público e privado; baixa produtividade; população pobre e envelhecida; baixos salários; ausência de um sector industrial; etc. Seria possível elencar bastantes mais e fazer a sua devida explicação, mas julgo que este tipo de diagnóstico é fácil de obter nas mais diversas fontes.

A questão de base é que oiço que existem estes problemas e nos encontramos em crise desde que sei que existo. Então não seria de Bom Senso tentar fazer alguma coisa diferente para os ultrapassar? O facto é que a base programática da política económica nacional é fundamentalmente igual desde o 25 de Abril, um Estado intervencionista que recorre ao endividamento externo para pagar as falhas internas e manter um sistema público insustentável, ignorando a realidade da globalização que até Cuba já começa a perceber que é impossível de evitar.

Somos um pequeno país, com tiques de países ricos, porque nos foi vendido que através do crédito tudo era possível imediatamente, e como o próprio ex-Primeiro-Ministro Socialista José Sócrates defendia, “ pagar as dívidas é ideia de criança”. Claro que esta maneira de pensar vai contra os valores da honra, soberania e subsistência das gerações futuras que seriam importantes assegurar.

Eu até percebo quem da minha geração não se pode dar ao luxo de ter convicções ou ideias desviantes do sistema atual, pois a subsistência mais básica é o que prevalece e é prioritário a tudo o resto. Então como saímos desta embrulhada em que parece estar tudo bloqueado e em modo de sobrevivência, onde a racionalidade e o bom senso não são fatores decisivos?

Para tal temos o Liberalismo, que acredita antes de mais que a Liberdade fará o Homem ultrapassar-se. Esta ideia envolve dor e esforço o que não é muito fácil de vender hoje em dia, mas pelo menos é um plano viável de futuro. Gosto muito da metáfora do leão enjaulado, que tem tudo ao seu dispor sem esforço, mas que não é livre nem feliz comparativamente com o leão selvagem que luta por tudo o que tem.

Esta rutura total com o sistema atual, não é de todo voluntarista. Existem os mais variados Exemplos em que a correlação de países de adotaram políticas económicas mais liberais viram suas economias crescer exponencialmente. Aliás, em 20 anos, Portugal foi ultrapassado por 4 economias do antigo Bloco de Leste, devido exatamente a esta diferença profunda de visão.

A falta de liderança pelo seu Exemplo e dos outros faz criar um clubismo cego que em nada se baseia em factos, mas apenas em retórica demagógica e mediática.

Então como tudo isto se conjuga com a minha fé cristã? Posso afirmar que nada é perfeito e existem as mais variadas diferenças, em especial no âmbito social em que tenho algumas divergências, mas o facto é que o Livre Arbítrio é um conceito basilar com que fui educado. Questões como a eutanásia, legalização das drogas leves, e mesmo o aborto interferem com a minha assunção do valor sagrado da vida humana. Por outro lado, a liberdade de decisão do ser humano ao que fazer com a sua vida – sem que isso prejudique com a liberdade dos outros – deve ser assegurada a todo o custo. Neste sentido, julgo que se tratam de decisões de consciência que não devem ser impostas.

Nisto surge a Iniciativa Liberal, a que me associo de uma forma desinteressada e crítica. Não embarcando em soluções milagrosas, julgo que é a única solução viável e lúcida para Portugal a médio e longo prazo. Julgo que o ativismo político deveria ser um dever ensinado desde início, pois estamos a jogar com o futuro do nosso país e dos nossos filhos.

Artigo de opinião de João Fernandes, empresário na Área do Alojamento Turístico.

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