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Ricardo Rio vai pedir ao Governo para não ceder a pressões na recolha e tratamento de resíduos

O autarca de Braga diz que a possibilidade de mudança do método de cálculo representa “sérios riscos” para a sustentabilidade financeira do sistema de gestão de resíduos.

© CM Braga

Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, expressou hoje publicamente a sua apreensão face às pressões públicas para a alteração do Despacho (n.º 12876-A/2024), que regula o cálculo das contrapartidas financeiras para os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos em relação à recolha seletiva e triagem de resíduos de embalagem.

Neste despacho é preconizado que os referidos custos devem ser determinados em cenário de eficiência e devem incluir os custos de investimento, os custos de financiamento, os custos de exploração e ainda os custos de estrutura associados às atividades referidas.

A possibilidade de mudança do método de cálculo representa “sérios riscos para a sustentabilidade financeira do sistema de gestão de resíduos, prejudicando entidades como a BRAVAL e os Municípios acionistas, tal como sucedeu ao longo dos últimos 29 anos, em que estes custos não foram devidamente ressarcidos”.

Segundo o autarca, “a alteração de cálculo das contrapartidas poderá acarretar um impacto financeiro negativo significativo para a Braval, conduzindo a um défice estimado de meio milhão de euros anuais. Este desequilíbrio histórico resultaria agora num aumento da tarifa de deposição de resíduos, que poderá subir num valor de até dez euros por tonelada de resíduos, sobrecarregando os munícipes da região”.

A juntar a isso, os aumentos salariais previstos, o incremento do custo de bens e serviços essenciais e a cessação das bonificações associadas à produção de energia a partir do biogás tornam a situação “mais complexa e podem agravar ainda mais o valor da tarifa”.

Caso o modelo de cálculo das contrapartidas decorrente do mais recente Despacho do Governo seja alterado, todos os fatores elencados, combinados com os investimentos que a empresa pretende “realizar para melhorar a gestão de resíduos na região, ameaçam colocar uma pressão adicional na sustentabilidade económica do sistema”.

Neste contexto, Ricardo Rio apela ao Governo para que “mantenha os termos originais do despacho, defendendo que o modelo agora estabelecido reflete de forma justa o princípio da responsabilidade alargada do produtor, ao mesmo tempo que salvaguarda a sustentabilidade e a estabilidade financeira dos sistemas de gestão de resíduos urbanos”.

A Câmara Municipal de Braga, na qualidade de detentora – por via da AGERE – da maioria do capital da BRAVAL, espera que o Governo tome em “consideração os efeitos de qualquer alteração no despacho e preserve as condições necessárias para manter a gestão de resíduos urbanos na região financeiramente sustentável, em prol de um serviço de qualidade para todos os habitantes”.

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