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ReportagemProcissão do Ecce Homo levou milhares de pessoas ao centro de Braga
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Procissão do Ecce Homo levou milhares de pessoas ao centro de Braga

© Angélica Antunes

Milhares de pessoas assistiram, esta noite de quinta-feira, à Procissão do Ecce Homo, que percorreu as ruas do centro da cidade de Braga. A procissão teve início na Igreja da Misericórdia com os Farricocos a darem início ao cortejo religioso.

Organizada pela Irmandade da Misericórdia de Braga, a procissão evoca o julgamento de Jesus Cristo, quando Pilatos, dirigindo-se à multidão, proclamou “Eis o Homem”, que em latim se pronuncia “Ecce Homo”, daí o nome dado à imagem que é transportada durante a manifestação religiosa, sendo o único andor que a compõe. A imagem também é conhecida como Senhor da Cana Verde.

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“É uma das manifestações mais significativas que compõem as solenidades bracarenses da Semana Santa. A origem e fundamento desta procissão deriva das práticas devocionais introduzidas no nosso país pelas Misericórdias. No dia da ‘desobriga’ um préstito de penitentes que percorria as ruas em orações e lamentos. O imaginário, ainda hoje, é marcado pelo negrume das trevas, numa espécie de apelo ao arrependimento pelos males praticados ou cogitados. Os farricocos, ainda hoje integrados na procissão, são a personificação dos penitentes que ao longo dos séculos integraram esta manifestação”, explicou a Comissão da Semana Santa de Braga.

© Angélica Antunes

Bernardo Reis, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, falou da origem dos Farricocos e Fogaréus, explicando que a Procissão do Ecce Homo é uma das mais antigas da cidade de Braga.

© Angélica Antunes

“A Santa Casa da Misericórdia de Braga faz parte do programa da Semana Santa e começamos com uma das procissões mais antigas de Braga. A organização desta procissão remonta ao primeiro compromisso das Misericórdias, numa alusão ao perdão que se dava neste dia, da desobriga quando um grupo de penitentes percorria a cidade em orações e lamentos. Este mesmo grupo, que percorre as ruas da cidade na Quinta-Feira Santa, recorda-nos a figura icónica dos Farricosos ou Fogaréus, evocando a memória dos antigos penitentes públicos que com as suas matracas chamavam os irmãos para assistirem à procissão da noite”, disse o provedor.

Bernardo Reis referiu que a Procissão do Ecce Homo tornou-se um dos ícones da Semana Santa, assumindo uma grande projeção nesta altura com uma assistência de inúmeras pessoas ao longo do seu percurso, oriundos de diversos países.

© Angélica Antunes

A procissão desta noite integrou muitas figuras aleatórias da Ceia e do julgamento de Jesus, desde 2004, incorporando-se, no cortejo religioso, alegorias das catorze obras de misericórdia, bem como figuras históricas ligadas à fundação das Misericórdias. Várias delegações de Misericórdias do país também incorporaram a procissão do “Ecce Homo”.

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