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Jovem de Famalicão recupera técnica milenar em tapeçarias

Ana Miguel Silva

Ana Miguel Silva, jovem de Famalicão e ex-aluna do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, cria tapeçarias decorativas para parede. A jovem desafiou-se, em tempos de pandemia, e abriu uma empresa de tapeçarias decorativas para parede. Ana Miguel Silva acreditava que a sua vocação estava ligada aos interiores, inspirada pela mãe e avó, mas em pleno confinamento descobriu outra paixão.

Quando a jovem de Famalicão ingressou no curso de Design do Produto da Escola Superior de Tecnologias e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo estava longe de imaginar que ia ter a sua própria empresa de criação de tapetes feitos com base da técnica milenar de tufting.

A jovem estudante terminou, entretanto, o Mestrado em Design Integrado em finais de 2019. Chegou a pandemia e Ana Miguel não recebia resposta a nenhum dos currículos que enviou. Já no segundo confinamento, o namorado queria oferecer-lhe um tapete, mas Ana Miguel decidiu fazer o próprio tapete. “Comecei a explorar como funcionava e como podia produzir tapetes. Investi um bocadinho em materiais e comecei a experimentar a técnica de tufting”, contou, admitindo que o processo “correu muito bem”. Daí a tornar-se um negócio foi um pequeno passo. “A máquina chegou, mas o tecido estava mais demorado, já que não existe o tecido em Portugal. Então, andava a arrumar a garagem da minha avó, local onde começou o negócio ligado à decoração, e a minha mãe encontrou um tecido. As minhas primeiras telas foram experiências que fiz com esse tecido”, revelou Ana Miguel Silva, admitindo que quando o tecido chegou já estava apta para fazer tapetes. “Com a ajuda de vídeos no Youtube e em contatos com artistas que já trabalham com esta técnica no estrangeiro fui percebendo qual o melhor material a usar”, referiu a jovem empresária, confirmando que aos poucos foi aperfeiçoando a técnica.

Depressa Ana Miguel recebeu desafios de familiares e amigos. “Como gostava muito de transformar a tapeçaria em obra de arte para colocar na parede tive dois amigos que me deram liberdade total para fazer peças para eles”, recordou Ana Miguel, que criou a empresa AMiguel no início deste ano.

Quando entrou para o curso da ESTG-IPVC, Ana Miguel tinha como foco os interiores, até porque ganhou o “bichinho” com a avó que trabalhava na área da decoração. Agora descobriu a tapeçarias decorativas para parede, feitas com técnica de tufting, que é uma técnica mais moderna que utiliza uma pistola pneumática para obter arte têxtil volumosa e colorida. O desenho é criado a partir de pinturas, de cores e de imagens que vai gostando, depois é projetado para a tela. A partir daí é só começar a disparar com a pistola pneumática. É só seguir as linhas do desenho, sendo que de um lado só se vê os pontos e do outro lado nasce o tapete.

Os tapetes de decoração personalizados, a gosto de cada cliente, já chegam a países como a Alemanha, a Bélgica ou a França. “Ainda são pequenas encomendas, mas também não tenho capacidades para produzir mais. Neste momento, sou só eu a produzir e tenho a ajuda da minha mãe”, destacou a jovem de Famalicão, confidenciando que “cada tapete é uma nova experiência”.

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