
A nossa cidade de Braga, nos últimos anos, tem vivido um crescimento exponencial em termos populacionais e urbanísticos. No entanto, essa evolução trouxe consigo um problema que afeta profundamente a qualidade de vida dos bracarenses e de quem procura a nossa cidade para habitar, que é a escassez de habitação disponível para compra ou arrendamento. A procura é cada vez maior, mas a oferta não acompanha esse ritmo. É neste contexto que surge uma proposta inovadora e, ao mesmo tempo, pragmática: a construção de quarteirões com casas pré-fabricadas em zonas mais remotas do concelho. Uma solução já usada em vários países e que ajuda na resolução do problema acima mencionado.
Trata-se de uma solução que merece não só consideração, mas apoio e investimento imediato. A construção modular ou pré-fabricada tem demonstrado ser uma alternativa mais rápida, económica e sustentável face às construções tradicionais. Permite responder com maior agilidade à pressão habitacional, oferecendo habitações dignas e acessíveis a jovens, famílias e trabalhadores.
No entanto, para que esta proposta se concretize com eficácia, é essencial que a autarquia desempenhe um papel central. A criação de uma empresa municipal dedicada a este projeto seria o primeiro passo lógico. Esta entidade poderia assumir a responsabilidade de emitir os alvarás e licenças necessárias, garantindo um processo ágil, transparente e alinhado com os interesses da cidade de Braga e dos Bracarenses.
Mais ainda, seria fundamental que esta empresa trabalhasse em estreita colaboração com os fornecedores de água, eletricidade e comunicações, para que as novas zonas habitacionais estejam plenamente integradas nos serviços essenciais. Um planeamento coordenado evitaria os atrasos e as falhas de infraestrutura que tantas vezes marcam os processos urbanísticos. A criação de um regulamento municipal exclusivo para estes projetos seria fundamental .
É importante destacar que, ao escolher zonas mais remotas para esta expansão, Braga pode também reequilibrar o desenvolvimento do seu território, combatendo a sobrecarga do centro urbano e revitalizando áreas menos aproveitadas da periferia. Desde que bem servidas por transportes públicos e serviços básicos, essas zonas podem transformar-se em comunidades vibrantes e integradas, aproximando-as ainda mais do centro urbano.
Naturalmente, esta proposta exigirá investimento, planeamento rigoroso e diálogo com a população. Mas se quisermos realmente resolver o problema da habitação em Braga e dar um sinal claro de que o município está ao lado dos bracarenses, não podemos continuar a adiar soluções inovadoras como esta.
Braga tem tudo para ser uma cidade modelo no que diz respeito à habitação acessível. Basta vontade política, visão estratégica e coragem para sair da zona de conforto.
Está na altura de preparar o futuro da cidade de Braga, e isso é para ontem!
Artigo de José Macedo.