Sábado, Setembro 7, 2024
21.7 C
Braga
BragaExposição “Memoração” para visitar no Palácio do Raio em Braga

Exposição “Memoração” para visitar no Palácio do Raio em Braga

A mostra surge de um trabalho de pesquisa, recolha e investigação do Município de Braga e do Museu da Imagem.

© CM Braga

O Palácio do Raio, em Braga, vai acolher, entre 2 de agosto e 2 de setembro, a exposição “Memoração”, com curadoria da investigadora Tânia Dinis e apoio de Tales Frey.

O projeto da Memoração começou em 2021 e partiu de uma proposta de pesquisa, recolha e investigação do Município de Braga e do então Museu da Imagem de Braga.

Da Open Call realizada na altura surgiram dez doadores que legaram várias dezenas de fotografias ao projeto, às quais se juntam, nesta mostra, o espólio do Museu da Imagem. Para o processo, a artista procurou debruçar-se sobre o invisível, aquilo que não se vê na imagem, o que não foi registado, o que foi eliminado e alterado.

Na exposição, a fotografia de família assume um papel significativo porque constrói e reúne as memórias de uma historia familiar. Assim, tanto funciona como documento, representando o real, como o pode ficcionar. Fragmentos de vida registados, traços do dia-a-dia, testemunhos de qualquer coisa que desapareceu e às quais o espetador tem, agora, a ocasião de dar uma segunda oportunidade: a de criar, no seu imaginário e através destas imagens fotográficas, as situações do seu próprio quotidiano.

Esta recolha, com imagens selecionadas para esse efeito, são de relevante importância, pois passam por várias décadas, por um contexto socioeconómico e cultural, de uma região, e que ao mesmo tempo é transversal a todos, o discurso da imagem vai se direccionando, resultando em ensaios de composição visual que parte da sua apropriação, descontextualização e fragmentação. Refletindo sobre a noção de arquivo, a sua relação com o objeto fotográfico, no contexto da arte contemporânea e com o álbum de família.

A visita à exposição será de entrada livre e pode ser realizada no horário de funcionamento do Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia de Braga, no Palácio do Raio, de terça a sábado das 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 18:30.

Curadoria da investigadora Tânia Dinis

Tânia Dinis nasceu em 1983. Com Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas FBAUP, 2015, o trabalho atravessa diversas perspetivas e campos artísticos, tais como a fotografia, performance, cinema e o da estética relacional, partindo de imagens de arquivo de família a outros registos de imagem real.

Desde 2011, que o seu trabalho de pesquisa e criação, explora a intimidade, vida familiar, tempo-imagem-memória, e estes trabalhos em específico, estão inseridos na série “Arquivo de Família”, a qual está em constante desenvolvimento e atravessa diversas perspetivas e campos artísticos, como o da fotografia, o da performance, o do cinema e o da estética relacional.

Esta pesquisa começa por investigar e recolher arquivos públicos ou privados – arquivos esses que contêm filmes e Super 8, fotografias analógicas, cartas, diapositivos, objetos, – para depois serem reunidos em experimentos artísticos reorganizados, revisitados, confrontados e manipulados pela montagem, implementação de colagens e fragmentos sonoros, exploração da ideia de imagem como uma experiência da efemeridade do tempo e da memória, recorrendo também, a outros registos de imagem real, um trabalho de pesquisa em torno do tempo-imagem-memória. Desde 2019, que tem desenvolvido um trabalho de criação e pesquisa, na cidade de Braga, a partir de arquivos privados e do próprio Museu da Imagem de Braga.

A proposta para a pesquisa, investigação, curadoria e exposição no Museu da Imagem de Braga, pretende prosseguir o trabalho, até aqui desenvolvido pelo Museu, agora procurando, imagens da década 1910, e no período temporal anterior e posteriores aos anos 60, documentando-as e digitalizando-as, permitindo assim, que esta recolha seja um revisitar, deslocando as imagens do seu local original, do intimo ao publico, uma segunda vida, para que possa ficar devidamente arquivada, para que depois se possa fazer uma viagem pelo seu contexto socioeconómico e cultural, de uma região, mas que nos é transversal a todos.

PARTILHE A NOTÍCIA

LEIA TAMBÉM

PUBLICIDADE

NEWSLETTER

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

REPORTAGEM

POPULARES