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Eixo Atlântico apresenta primeiro Relatório Socioeconómico

© CM Braga

A associação transfronteiriça do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular apresentou esta segunda-feira o seu primeiro relatório Socioeconómico. O estudo, realizado pelo catedrático Fernando González Laxe e pelo professor português Adriano Fidalgo de Sousa, realiza uma análise da conjuntura económica, demográfica e do comportamento populacional das cidades da Galiza e do Norte de Portugal em 2021.

A sessão, que decorreu na sede da Associação Empresarial de Portugal, na Exponor, foi presidida pela presidente do Eixo Atlântico, Lara Méndez, e contou com a presença de Ricardo Rio, vice-presidente do Eixo Atlântico, e presidente da Câmara Municipal de Braga, assim como do secretário-geral, Xoán Mao, e do presidente da Comissão Politica de Economia do Eixo Atlântico, Emídio Sousa.

O relatório é um retrato da situação social e económica das cidades e do território da Euro Região depois da pandemia. González Laxe realiza um diagnóstico da situação atual que constitui um suporte de informação com o propósito de ajudar na promoção das áreas territoriais do Eixo Atlântico e com o objetivo de valorizar as suas forças e potencialidades. O relatório é um instrumento para a análise, não apenas individual, mas coletiva uma vez que também compara os territórios da Euro Região.

O trabalho elaborado por Fernando González Laxe, catedrático de Economia Aplicada da Universidade da Corunha, e por Adriano Fidalgo de Sousa, CEO da Astrolábio, Orientação e Estratégia, segue o modelo do Relatório Socioeconómico da Galiza.

Neste anuário, além de analisar a conjuntura económica, foi estudada a situação demográfica e o comportamento populacional na economia familiar, as condições de vida dos cidadãos, as características das empresas, o mercado de trabalho e os aspetos relacionados com o turismo.

Cada relatório anual enfatizará um dos aspetos básicos das políticas e opções económicas susceptíveis de corroborar uma maior cooperação entre as distintas instituições que integram o Eixo Atlântico. Neste primeiro exercício seleccionou-se a análise da inovação e desenvolvimento tecnológico da Galiza e a região Norte de Portugal em relação aos seus respetivos Países e à União Europeia.

Lara Méndez, presidente do Eixo Atlântico e alcaldesa de Lugo, destacou o valor deste relatório: “É o primeiro onde se analisam conjuntamente e de forma rigorosa e exaustiva, os grandes números depois da pandemia que definem o estado socioeconómico da Galiza e do norte de Portugal”, relatório que dá continuidade à Conferência de Presidentes onde, da mão de especialistas, fixamos um roteiro compartilhado nas políticas de reconstrução.

“Quando falamos de transição ecológica e sustentável falamos também de que deve ser totalmente transversal, vinculada a gerar economia não só na nova indústria verde, mas também num turismo menos massificado e de maior qualidade, na transformação das cidades, numa maior aposta pelo rural, num maior cuidado do património e nas mudanças de hábito de vida”, defendeu Lara Méndez.

Neste sentido, a responsável sublinhou que “as mudanças devem avançar em sintonia e com grande pacto social por todas as administrações, universidades e com o maior envolvimento de todo o tecido produtivo e social, apostando na excelência e no valor acrescentado”.

Lara Méndez sustentou a necessidade de avançar com maior rapidez na melhoria das infra-estruturas, estradas, ferroviárias e portuárias, “para ganhar competitividade, porque sem elas, a transformação do tecido económico será insuficiente para um crescimento sustentável”.

Ricardo Rio salientou que este relatório socioeconómico “é um exercício pioneiro de recolha de informação que permite caracterizar a realidade do Norte de Portugal e da Galiza e ser uma ferramenta de apoio à tomada de decisões política. Como o relatório demonstra que esta Euro Região carece ainda de um forte impulso ao seu desenvolvimento que mitigue as assimetrias regionais, que valorize o potencial económico e que combata o envelhecimento da população”.

Já Xoán Mao, afirmou que perante a situação que apresenta o Relatório Socioeconómico, “a realidade que constitui a Euro Região do Eixo Atlântico é o nosso principal mecanismo de defesa para reforçar a nossa resiliência. Neste sentido, a maritimidade do território, a massa crítica de quase 7 milhões de habitantes e o facto de metade da Euro Região se sentar à mesa do Conselho da União Europeia, são aspetos de enorme importância que devemos potenciar”.

Por seu turno, Fernando González Laxe, especialista editor do relatório assegurou que com este estudo se demonstra que a Europa “é um mosaico territorial do qual emergem as macrorregiões, o que é a Galiza e o Norte de Portugal que necessita aumentar os predicados de sedução para atrair empresas, tecnologias, ideias, pensamentos e pessoas. Se formos capazes de fazer isso, estamos a criar a base para levar a cabo uma cooperação regional”, referiu, explicando que este relatório “é um suporte de informação para ajudar a assentar as bases territoriais, salientar as virtudes mais relevantes desta macrorregião, dar a conhecer ferramentas de análise para refletir e salientar as dinâmicas de desenvolvimento”.

Já Adriano Fidalgo de Sousa, sustentou que com este relatório “queremos analisar profundamente a situação do Norte de Portugal e da Galiza, e assim fazer uma comparativa com a União Europeia. Queremos mostrar a realidade das empresas e da sociedade e tentamos tratar questões económicas e sociais como o turismo ou a natalidade depois da pandemia”.

Este programa é desenvolvido no âmbito do projeto C3D co-financiado pelo programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP).

O Relatório Socioeconómico de 2021 do Eixo Atlântico está disponível aqui.

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