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OpiniãoDoenças Cardiovasculares: A importância de cuidar do Coração

Doenças Cardiovasculares: A importância de cuidar do Coração

Artigo de Opinião de João Brum Silveira.

João Brum Silveira

O coração é composto, na sua maioria, por músculo, que, ao contrair as suas paredes, faz com que o sangue seja bombeado no sistema circulatório. Assim, este órgão cumpre um papel fundamental no equilíbrio do organismo, permitindo que o sangue transporte oxigénio e nutrientes a todas as células e, consequentemente, garantindo a sua sobrevivência.

Ao zelarmos pela saúde do coração estamos a preservar todos os restantes órgãos do corpo. Isto é, caso o coração deixe de funcionar normalmente, todos os órgãos serão afetados, deixando de receber a quantidade de sangue necessária.

A doença coronária aterosclerótica, que pode manifestar-se através do enfarte agudo do miocárdio, é uma das principais causas de morte em todo o mundo. O enfarte ocorre quando o fluxo de sangue, para uma parte do coração, é bloqueado por um período prolongado, geralmente devido a um coágulo sanguíneo. Isto pode causar danos permanentes ao músculo cardíaco, comprometendo a capacidade do coração de bombear sangue eficientemente.

Além do stress e da ansiedade, o tabaco, o colesterol elevado, a diabetes, a hipertensão arterial, o sedentarismo e o excesso de peso, são fatores que provocam o desgaste do coração e representam fatores de risco para doenças cardíacas. Para minimizar estes riscos, é crucial adotar hábitos de vida saudáveis, como seguir uma alimentação equilibrada rica em fibras, vegetais e proteínas magras, além de evitar açúcar, sal e gorduras saturadas; não fumar e controlar o stress através de técnicas de relaxamento, como a meditação.

Em caso de suspeita de enfarte, deve reconhecer os sintomas rapidamente. Os sinais mais comuns incluem dor ou desconforto no peito, que pode irradiar para os ombros, braços, costas, pescoço ou mandíbula. Outros sintomas podem incluir falta de ar, suores, náuseas ou desmaio. É primordial agir com rapidez, contactando os serviços de emergência. O tratamento precoce é vital para minimizar os danos e sequelas. O tratamento de eleição para o enfarte agudo do miocárdio é a angioplastia primária, que consiste na desobstrução das artérias bloqueadas, podendo incluir a administração de medicamentos para dissolver coágulos, e, na grande maioria dos casos, é complementada com a implantação de stents para manter as artérias abertas.

Após um enfarte, o comportamento e os cuidados pós-enfarte são cruciais para a recuperação e prevenção de futuros problemas cardíacos. A reabilitação cardíaca é uma componente essencial deste processo. Além disso, a adesão e cumprimento do regime de medicamentos prescritos pelo médico é fundamental, pois estes medicamentos podem incluir anticoagulantes, betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e estatinas, que ajudam a controlar a pressão arterial, os níveis de colesterol e prevenir a formação de novos coágulos.

Para promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas, bem como alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover, em Portugal, a campanha Cada Segundo Conta, integrada na iniciativa Stent Save a Life.

Artigo de Opinião de João Brum Silveira, Coordenador Nacional do Stent Save a Life (APIC).

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