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ReportagemBraga vai ter exposição sobre guerras para “não esquecer o passado”

Braga vai ter exposição sobre guerras para “não esquecer o passado”

A exposição estará patente de 9 a 15 de março e conta com entrada livre.

© Sandra Antunes

O Auditório da Junta de Freguesia da Sé, em Braga, vai ser palco de uma exposição sobre guerras, de 9 a 15 de março. Organizado pelo Núcleo de Braga da Liga dos Combatentes, o evento conta com entrada livre e tem como objetivo dar a conhecer a história dos conflitos de guerra para não cair no esquecimento da sociedade.

Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, realçou a importância de dar a conhecer a história aos mais novos e perpetuar a memória de quem lutou na guerra.

“A nossa juventude e os mais novos, muitas das vezes não sabem que a guerra existiu como a Guerra Colonial e não só essa guerra porque Portugal, ao longo dos tempos, teve envolvido em várias batalhas, inclusive na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Acho que perpetuar a memória de quem defendeu a nossa Nação é um imperativo. Este Executivo tentou sempre impugnar para que essa memória nunca seja esquecida. Já fizemos também com os veteranos de guerra uma iniciativa numa escola do ensino básico precisamente para alertar os mais novos que as coisas existiram e, acima de tudo, não devemos de ter vergonha daquilo que se passou até porque a maior parte desses jovens que ficaram estropiados ou que caíram no cenário da batalha eram voluntários. Esta exposição é precisamente para que os jovens saibam que as guerras existiram. Se calhar, há cem anos atrás, os meios, as fardas, as armas eram coisas completamente diferentes e hoje em dia, a guerra é praticamente um exercício informático e no passado não o era”, explicou o autarca.

© Angélica Antunes

Já António Estudante, presidente do Núcleo de Braga da Liga dos Combatentes, referiu que “hoje em dia estamos numa situação muito crítica na Europa e convém não esquecer o que se passou anteriormente”.

“As pessoas não podem ter vergonha daquilo que se passou. Nós estivemos na Primeira Guerra Mundial e esta exposição baseia-se muito nessa grande guerra que nos levou a defender a Europa. Depois veio a Guerra de Ultramar onde muitos jovens foram para lá e muitos não voltaram. Convém que a nova geração se aperceba que isso aconteceu e que os avós, os pais, muitos deles estiveram lá e que muitas marcas não vão desaparecer como todos os conflitos e todas as guerras”, referiu António Estudante.

© Sandra Antunes

O presidente do Núcleo de Braga da Liga dos Combatentes sustentou ainda que “o trauma fica escondido e só quando falamos com essas pessoas é que a pouco e pouco vimos que foram traumas muito grandes. Este tipo de exposição é também para lembrar que as famílias passaram muito com isto e ficaram marcadas para sempre. Nós, na Liga dos Combatentes, apercebemos que a pouco e pouco de problemas que existem, não só nos antigos combatentes como nas famílias deles. Já tivemos casos que foram as próprias famílias a vir pedir ajuda porque essas pessoas não têm coragem para vir falar e para pedir ajuda”.

O Núcleo de Braga deixou o apelo à comunidade para contribuir com doações ou empréstimos de material para dar a conhecer a história das guerras. A Liga dos Combatentes de Braga está situada no Beco do Eirado, junto ao Braga Shopping, e apoia todos os combatentes e militares do concelho, assim como as suas famílias.

Esta exposição conta com o apoio da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade.

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