
O projeto “Braga Cycling Network Optimization” iniciativa conjunta do Município de Braga e do Automóvel Clube de Portugal, foi aprovado para financiamento no âmbito do programa FIA Safe and Sustainable Mobility Grants 2025.
Com início previsto para julho e execução até junho do próximo ano, esta distinção reconhece “o mérito de um consórcio que alia a visão política estratégica do Município sobre mobilidade urbana sustentável e a sua articulação com os instrumentos de planeamento em vigor à experiência e capacidade técnica do Automóvel Clube de Portugal na promoção da segurança e sustentabilidade na mobilidade”.
A proposta, desenvolvida em colaboração com a empresa Factual, através da tecnologia Lane Patrol, visa “requalificar a rede ciclável da cidade com base em evidência técnica, percursos reais dos utilizadores e metodologias inovadoras de avaliação de risco”.
“Esta aprovação é um sinal claro de confiança no trabalho que Braga tem vindo a desenvolver na área da mobilidade sustentável. Representa também um estímulo para continuarmos a apostar numa cidade mais amiga das pessoas. A rede ciclável tem um papel essencial na nossa estratégia de mobilidade, e este projeto ajudará a consolidá-la com base em evidência técnica e contributo direto dos utilizadores”, afirma Olga Pereira, vereadora da Câmara Municipal de Braga.
O projeto surge como “uma resposta concreta às necessidades identificadas no terreno e dá continuidade ao trabalho iniciado com os projetos europeus Bicification e Reactivity, onde milhares de trajetos realizados em bicicleta foram registados e analisados”. O Braga Cycling Network Optimization pretende “transformar essa informação em ação, corrigindo falhas de ligação, melhorando a segurança e tornando a rede ciclável mais atrativa e coerente.”
Uma das ferramentas centrais do projeto será a aplicação da metodologia “CycleRAP”, que permite “avaliar de forma rápida, acessível e sem necessidade de dados de sinistralidade os riscos associados às infraestruturas cicláveis e viárias”.
A ferramenta identifica os pontos de maior vulnerabilidade para ciclistas e utilizadores de mobilidade suave com base em fatores como o traçado da via, a velocidade do tráfego, as condições do piso, a existência (ou ausência) de separação física entre modos e a presença de interseções complexas.
No caso de Braga, a sua utilização “permitirá classificar cada segmento da rede ciclável de acordo com o seu nível de risco, auxiliando na definição de prioridades de intervenção”. Esta abordagem objetiva e baseada em critérios técnicos será “essencial para tornar a rede mais segura e eficiente, especialmente em zonas onde há maior volume de utilizadores e coexistência entre diferentes modos de transporte”.