
O livro “Variante do Caminho de Torres ao Caminho da Geira e dos Arrieiros” foi apresentado esta terça-feira na Junta de Freguesia de Maximinos, em Braga. Esta publicação irá permitir a criação de mais uma rota dos Caminhos de Santiago de Compostela.
Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade , apoiou o lançamento do livro e, como confrade de Santiago, não escondeu o seu contentamento com o desafio que lhe foi proposto. “Eu, como confrade de Santiago, sinto algum regozijo na apresentação deste livro, da autoria de Alberto Vilela. Luís Sampaio foi quem me lançou este desafio. Este livro é sobre a variante do caminho de Torres à Geira. Como sabem, nós não temos os caminhos, só temos um, que são vários, mas só há um caminho, que é o que nos leva a Santiago de Compostela. Sabemos que há vários caminhos onde começam, mas sabemos que todos acabam é em Santiago”, disse o autarca.

Luís Sampaio, promotor do livro, agradeceu o apoio do presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade e outros apoiantes que possibilitaram o lançamento deste livro para dar a conhecer esta variante.
“Este livro nasceu aqui na cidade de Braga e tem ligação com esta União de Freguesias porque esta variante do Caminho de Santiago de Torres passa na Junta de Freguesia da Cividade e liga também com o caminho da Geira e dos Arrieiros que inicia na Sé Catedral e que depois faz ligação ao caminho da Geira, em Covide. O lançamento do livro conta também com o apoio da Arquidiocese de Braga e de todas as Paróquias por onde passa este caminho, da Diocese do Porto, na pessoa de Dom Roberto Rosmaninho Mariz, onde o presidente desta União de Freguesias, no Dia do Peregrino, também o condecorou e é um grande impulsionador desta variante e um amigo da cidade de Braga. Na passada quinta-feira, conseguimos mais um importante apoio para a dinamização de divulgação desta variante, que foi com a Diocese de Setúbal, de São Bento da Porta Aberta, que é o ponto alto de peregrinações deste caminho e é mais um parceiro desta variante e que pretendemos fazer intercâmbio de peregrinos de várias dioceses neste Ano Santo de Jubileu 2025. Foi por causa disso que o nosso presidente demonstrou total apoio à apresentação deste livro e divulgação desta variante em que eu e o professor Alberto muito agradecemos”, sublinhou Luís Sampaio.

Alberto Vilela, autor do livro, explicou que encontrou uma vieira, símbolo de Santiago, num mosteiro e começou a pesquisar e a delimitar o território desde essa freguesia de Felgueiras até São Bento da Porta Aberta.
“Comecei a fazer um estudo, uma delimitação do território e tinha dois pontos: São Bento da Porta Aberta e essa tal vieira, em Sendim. São Bento da ‘Porta Aberta’ porque a primitiva igreja tinha um alpendre com as portas abertas para os peregrinos passarem por lá a caminho da Geira. Essa caminho da Geira ia ter a Ourense. Está traçada a primeira parte da delimitação do território. E dali para baixo? Aquilo era em Fafe. Toca a pesquisar ali à volta e começo a descobrir que em Amarante havia um centro de peregrinações na altura e em Felgueiras havia o Convento de Pombeiro muito importante no século VIII. Havia peregrinos naquela altura que já vinham daquela zona em direção a Nossa Senhora das Neves ou para São Bento da Porta Aberta. Delimitei o território e cheguei à conclusão que de Amarante até Felgueiras já havia o caminho de Torres e então investi desde Felgueiras, principalmente em Sendim, que era uma vila romana com muita história e comecei a procurar os oragos de Santiago e Conventos Beneditinos que já estavam extintos. Esses conventos tinham como finalidade dar abrigo aos peregrinos”, contou o professor.
O lançamento oficial do livro irá decorrer no próximo sábado, às 15:00, no Auditório da Junta de Freguesia da Sé e conta com entrada livre.