Decorreu na tarde desta sexta-feira, no Museu das Terras de Basto, na vila do Arco de Baúlhe, a sessão de apresentação online do livro “O Linho em Cabeceiras de Basto (séculos XIX-XXI)” da autoria de Teresa Soeiro. O evento teve transmissão em direto através da rede social facebook da Câmara Municipal.
Nesta iniciativa participaram o presidente da Câmara Municipal, Francisco Alves, a vereadora da Cultura, Carla Lousada, a autora do livro, bem como a diretora do Museu de Alberto Sampaio, do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães, historiadora que tem sido colaboradora do Museu das Terras de Basto, Isabel Fernandes.
Na oportunidade, o presidente da Câmara Municipal lamentou o facto de a pandemia ter impedido a realização da apresentação do livro como era desejado, com a presença de público, agradecendo todo o trabalho desenvolvido pela autora, assim como o empenho e a dedicação de tantas outras pessoas que contribuíram, de várias formas, para a valorização do estudo realizado. “Um trabalho que a Câmara Municipal se orgulha de ter preparado”, disse Francisco Alves, afirmando que “são memórias e testemunhos que ficam para o futuro e que esta colaboração profícua se mantenha”.
A autora da obra falou da importância histórica do linho na região, bem como dos engenhos de maçar, expressando a sua gratidão à comunidade cabeceirense e aos técnicos do Museu das Terras de Basto pela colaboração. Teresa Soeiro falou, ainda, do trabalho de investigação que tem em curso sobre a Festa das Papas, trabalho de pesquisa e recolha de informação que dará origem a uma exposição e futura publicação sobre esta festa em honra de São Sebastião que acontece na antiga freguesia de Gondiães, em anos pares na aldeia de Gondiães e em anos ímpares na aldeia do Samão. Na oportunidade, Teresa Soeiro apelou a quem tivesse registos fotográficos ou outras informações para as partilhar, de modo a valorizar o trabalho científico em curso.
Na sua intervenção, a historiadora Isabel Fernandes fez uma retrospetiva das obras que o Município já tem publicadas em resultado das investigações e registo de ofícios e tradições cabeceirenses, mas também da história e património concelhios, de que são exemplo as obras “Mulheres de Bucos – trabalho da Lã” (2012), “Monografia de Cabeceiras de Basto – História e Património” (2013), “A Latoaria em Cabeceiras de Basto” (2015), “Soqueiros e Tamanqueiros – Fabrico e uso do calçado de pau em Cabeceiras de Basto” (2017) e muito recentemente “O Linho em Cabeceiras de Basto (Séculos XIX-XXI)” (2020). Os estudos realizados, para além da edição das obras, deram igualmente origem a exposições temporárias que estiveram patentes no Museu das Terras de Basto.
Coube à vereadora da Cultura abrir a sessão, fazendo um pequeno enquadramento sobre a publicação da obra que retrata o concelho cabeceirense, terra que foi, outrora, “de muito cultivo de linho”.
A autora do livro colabora desde 2014 com o Museu das Terras de Basto para a realização de investigação, exposições temporárias e publicação de estudos sobre ofícios, atividades económicas tradicionais e património imaterial.
A investigação sobre “O trabalho do linho em Cabeceiras de Basto: engenho de maçar” foi publicada na revista científica do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto “Portvgalia”, o que representa para Cabeceiras de Basto “enorme satisfação”.
Em 2019, Teresa Soeiro venceu o Prémio Nacional do Artesanato – categoria Prémio Investigação com o trabalho “Soqueiros e Tamanqueiros – fabrico e uso do calçado de pau em Cabeceiras de Basto”, prémio nacional que é instituído pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), distinção que a Câmara Municipal “registou com orgulho”.