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Opinião18 de Maio: Votar por Justiça Social

18 de Maio: Votar por Justiça Social

Artigo de opinião de João Ricardo Silva.

© João Ricardo Silva

As eleições legislativas de 18 de maio acontecem num momento decisivo para Portugal. O país enfrenta uma crise política, social e económica que se agrava ano após ano, afetando com maior dureza aqueles que já vivem em situação de fragilidade. Mais de 1,7 milhões de pessoas estão em situação de pobreza. Estes números não são apenas estatísticas: são rostos, vidas, histórias interrompidas por escolhas políticas que falharam em garantir o mínimo — dignidade.

Temos famílias inteiras cujo rendimento não chega para cobrir o essencial. Jovens que adiam a sua autonomia porque o custo de vida os empurra de volta à casa dos pais. Trabalhadores que, apesar de terem emprego, continuam a viver abaixo do limiar da pobreza. Idosos que enfrentam o dilema cruel entre pagar medicamentos ou colocar comida na mesa. Esta realidade, repetida em milhares de lares, é o reflexo de um país que tem deixado demasiadas pessoas para trás.

As eleições de maio representam mais do que uma mudança de governo. Representam uma escolha sobre o tipo de sociedade que queremos ser. Vamos continuar a normalizar a precariedade, os baixos salários e a exclusão? Ou vamos exigir políticas públicas que coloquem a dignidade humana no centro da decisão política?

Combater a pobreza não é uma questão de caridade. É uma questão de justiça social. É garantir acesso a habitação condigna, educação de qualidade, serviços de saúde acessíveis, trabalho digno e rendimento suficiente para viver com segurança. É exigir um Estado presente, ativo e responsável.

Há quem diga que “votar não muda nada”. Mas mudar começa exatamente aí: na consciência de que cada voto tem poder. O poder de reforçar políticas de combate à pobreza ou de as ignorar. O poder de exigir prioridade para quem mais precisa. O poder de traçar um novo rumo.

Ninguém escolhe viver na pobreza — mas podemos escolher votar contra ela. No dia 18 de maio, não votes apenas por ti. Vota por quem, muitas vezes, nem tem voz. Porque uma sociedade justa começa nas urnas, com a coragem de mudar o que é urgente mudar.

Artigo de opinião de João Ricardo Silva, coordenador de Projetos Socias.

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