
Com atenção redobrada nos valores da liberdade e da democracia em ano de comemoração do cinquentenário da Revolução de Abril, a XIII Bienal Internacional de Arte Jovem abriu este sábado, em Vila Vede, com 102 obras selecionadas de 70 autores de diferentes continentes.
“Procuramos dar espaço e oportunidade à liberdade criativa dos jovens. Considerando que é uma organização da Câmara Municipal de Vila Verde, esta Bienal é o mais possível abrangente e inclusiva”, explicou o diretor artístico Luís Coquenão, na abertura da exposição que está patente ao público até 20 de dezembro, no Centro de Investigação e Ciências Gastronómicas.
Dos 160 projetos artísticos a concurso, o júri selecionou 102 obras de diferentes modalidades, como pintura, escultura, técnica mista, desenho, vídeo e fotografia, da autoria de jovens portugueses e de países como França, Itália, Moldávia, Brasil e China.
O júri, constituído sobretudo por artistas – alguns dos quais já vencedores de edições anteriores da Bienal –, distinguiu o jovem portuense Francisco Venâncio com o Grande Prémio Bienal Internacional de Arte Jovem, no valor de 3.000 euros, patrocinado pelo BPI/Fundação La Caixa.
O segundo prémio foi para a lisboeta Nicoleta Sandulescu, com a obra “Da série Na Casa do Corpo”. De Vila Nova Gaia, Daniela Lemos é a autora de ‘Metamorfose’ que conquistou o Prémio Revelação, patrocinado pelo IPDJ-Instituto Português do Desporto e Juventude.
O júri destacou ainda os trabalhos de cinco jovens artistas, Luísa Barros Amaral, Pedro Cunha, David Capela, Sarah Pripas e Joana Duarte, com menções honrosas que “evidenciam a enorme qualidade e a diversidade de opções criativas que a exposição congrega”.
Liberdade e criatividade
“Esta Bienal é uma demonstração de que, com critério e qualidade, fomentamos a liberdade e a criatividade”, destacou a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, agradecendo o trabalho do júri, a colaboração dos parceiros patrocinadores e a “extraordinária” adesão de jovens artistas.
Enquadrada no reconhecimento geral da qualidade das obras e da exposição, a autarca lançou aos artistas participantes nesta Bienal os votos de “resistência, resiliência, persistência” para que “sejam felizes e tenham a oportunidade de realizar os seus sonhos”.
“Os jovens são também o presente, com importância redobrada no futuro. Continuem a construir o vosso ‘castelo’. De Vila Verde para todo o mundo, que a Bienal seja – como tem acontecido ao longo destes anos – a rampa der lançamento do vosso domínio artístico”, vaticinou Júlia Rodrigues Fernandes.
Perante a cerca de uma centena de pessoas que marcaram presença na abertura da exposição, a autarca fez questão de sublinhar o agradecimento ao trabalho júri liderado por Luís Coquenão, sobretudo na avaliação, seleção e organização de toda esta exposição, com mais de 100 obras.
O diretor artístico elogiou o espaço disponibilizado, como “o ideal para esta exposição”, aproveitando para esclarecer que “o prémio dos artistas é que as obras sejam vistas”. Já “os prémios são distinções subjetivas” e não podem condicionar a liberdade criativa.
Na cerimónia, o diretor regional do IPDJ Vítor Dias e o diretor-executivo do BPI António Gonçalves enalteceram “a associação da arte aos valores da democracia”, como “fator de promoção da liberdade e da participação ativa dos jovens” e como “mais-valia para a longevidade e desenvolvimento contínuo desta Bienal Internacional”.
Programa
Até 20 de dezembro, o programa da XIII Bienal Internacional de Arte Jovem compreende um conjunto de atividades culturais envolvendo diferentes parceiros, incluindo a estabelecimentos de ensino e a Biblioteca Municipal Prof. Machado Vilela.
Na próxima quinta-feira, dia 28, o Espaço Bienal vai acolher, às 10:00, o workshop “Artes, Escolas, Saídas Profissionais”, sob coordenação de Sandra Palhares, da Universidade do Minho, e Suzana Leite, do Plano Nacional das Artes.
Para 6 de dezembro, às 21:00, está agendado um momento “À Conversa com Filipa Martins”, onde a jornalista vai falar da vida e obra de Natália Correia, sob moderação de Arnaldo Sousa. A palestrante é também autora da biografia de Natália Correia “O Dever de Deslumbrar”.
A 12 de dezembro, às 10:00, o programa da Bienal contempla a apresentação das “Curtas – Artista Residente do Plano Nacional das Artes”, sob coordenação de João Ventura. No dia seguinte, das 15:00 às 16:30, o teatro estará no centro das atenções, num workshop ‘Panos – VerdEmCena – Exploração Dramatúrgica’, em torno de “Tulpa” de Mário Coelho.
A Bienal Internacional de Arte Jovem estará aberta ao público de terça a sábado, das 14:00 às 18:00. As visitas guiadas estão sujeitas a marcação prévia.
Neste período podem ainda ser visitadas as exposições de fotografia “Aquedutos de Portugal – Água e Património” e de pintura “A Arte de Crescer – Do primeiro traço ao presente, na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela.
Na Escola Secundária de Vila Verde, pode ser visitada a exposição de Fotografia “Para além do visível”, de Luís Braga Simões. Na EPATV-Escola Profissional Amar Terra Verde estão patentes a exposição de ilustração “Schools 4.0- Innovation in Vocational Education” de Olga Neves e a coleção de pintura “COVID em Arte” de Rui Silva.