Cerca de 20 pessoas receberam os certificados de participação na formação em Língua Gestual Portuguesa, que a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu com o apoio do INR (Instituto Nacional para a Reabilitação).
A sessão realizou-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na presença da vice-presidente da Câmara Municipal, Fátima Moreira, da coordenadora do Plano Municipal para a Igualdade de Género e de Oportunidades, Carla Melo, e, online, de uma representante do INR, Fátima Alves, bem como do formador, Ângelo Costa.
“Podemos comunicar de forma melhor, de forma inclusiva, porque, quando falamos de inclusão e de deixar que a mensagem passe para todos e para todas, estamos a falar também de igualdade e de direitos humanos. Temos de olhar para as minorias nos direitos que lhes assistem”, começou por referir a representante da autarquia, Fátima Moreira, que também tutela o Pelouro da Promoção da Igualdade.
“Enquanto entidade pública, temos o dever de melhorar os nossos recursos e a forma como comunicamos com essa comunidade”, considerou ainda, desafiando a que as pessoas participantes deem continuidade a esta aprendizagem e utilizem este novo recurso em favor da comunidade. “Temos de ser uma Autarquia que dá passos seguros e que se afirma pela diferença. Ainda somos poucos, mas já somos alguns e vamos lançar esta semente com muita firmeza e, com certeza, ela vai germinar”, sustentou Fátima Moreira, revelando que a própria autarquia fará a sua parte e continuará a rodear-se de entidades parceiras, como o INR “e outras tão fundamentais, que têm sido importantíssimas naquilo que temos conseguido fazer”.
Concluíram esta formação 20 pessoas, de entre pessoal da autarquia e pessoal técnico de entidades com intervenção social e na área da saúde. Dada a enorme adesão ao desafio de participar nesta formação, houve necessidade de realizar uma triagem, constituindo-se um grupo com 24 pessoas.
A técnica do Município, Filipa Araújo, explicou as suas motivações. “Quando me desafiei a iniciar a formação, foi no sentido de saber a comunicação básica, para conseguir interagir com alguém com uma limitação de comunicação como a surdez. Trabalho no Centro de Interpretação do Carvalho de Calvos, onde recebemos pessoas e não sabemos quem está do outro lado. Saber cumprimentar para mim era o mínimo, para saber acolher”, referiu.
Da parte da Unidade de Cuidados na Comunidade Coração do Minho, Fátima Lopes, considerou uma mais valia a aprendizagem de Língua Gestual Portuguesa. “E o que fica é enriquecedor, nem que seja para sensibilizar e percebermos esta diferença e dificuldade. Percebi melhor, através desta formação, a importância da Língua para podermos comunicar entre nós, até para o próprio desenvolvimento de uma pessoa, de uma criança. E a importância de associar um nome a um gesto. Não tinha noção até à formação”, confidenciou.
De lembrar que, como forma de assinalar o Dia Municipal para a Igualdade (24 de outubro), a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso anunciou a dinamização de uma formação gratuita em Língua Gestual Portuguesa, direcionada sobretudo para profissionais com funções de atendimento ao público ou de apoio social, de forma a capacitar estas pessoas para a comunicação com a comunidade surda.