A situação dos maus odores provenientes da ETAR de Frossos, em Braga, foi discutida na Reunião do Executivo Municipal que decorreu esta segunda-feira. Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, admitiu que “é uma situação que envergonha a cidade”.
Artur Feio, vereador da oposição pelo Partido Socialista, questionou o Executivo sobre o lançamento da obra da nova ETAR, uma vez que “o problema já há muito é conhecido” e que a incapacidade da ETAR “leva a que sejam lançadas, frequentemente, descargas biológicas para o rio Cávado”.
“Esta é uma situação que já reclamámos há muito e é certo que existe já o lançamento do concurso público para a nova ETAR. Queremos saber quando termina este procedimento, quando será lançada a obra e qual o término desta fase. Ainda durante o primeiro trimestre de 2021, queremos perceber se vamos cumprir esses prazos e ver se a obra está dentro daquilo que é expectável em termos de prazos. Este é um problema já há muito conhecido e a incapacidade que esta ETAR tinha, leva-a à necessidade de serem lançadas frequentemente descargas biológicas no rio Cávado”, questionou o vereador.
Por sua vez, Ricardo Rio reconheceu os problemas dos maus odores causados pela ETAR de Frossos, tendo realçado que a situação “se arrasta há mais de uma década” e em alguns casos “há quase duas décadas”.
O autarca admitiu que “nenhuma população deveria sofrer como sofrem os bracarenses já há muitos anos” das consequências em que esta ETAR foi construída. Ricardo Rio realçou que os trabalhos de intervenção na ETAR de Frossos irão decorrer até final de abril.
“Em finais de 2013, quando assumimos funções na Câmara Municipal de Braga, era de mitigar as condições de funcionamento da própria ETAR de Frossos. Até na Sé Catedral se sentem alguns odores desconfortáveis, fruto de uma intervenção que está em curso até ao final de abril”, disse Ricardo Rio.
O edil esclareceu que desde 2014 têm havido intervenções por parte da AGERE na ETAR para diminuir o impacto do funcionamento das consequências que estão hoje em sobrecarga, uma vez que este equipamento foi construído para servir 150 mil habitantes, número que já foi ultrapassado com o aumento populacional. O autarca sublinhou que “só em fevereiro de 2015 é que a AGERE enviou à Câmara Municipal de Braga,a primeira proposta de integração do espaço necessário para a nova ETAR e só em 2016 é que foi feito o primeiro pedido de emissão de parecer à Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”.
O autarca acrescentou que em 2017 foi emitido o estudo do impacto ambiental, em 2018 foi efetuado um estudo de caudais e cargas e em 2019 foi feito o ponto urbanístico e o tratamento da unidade operativa que permite a reinserção da ETAR. Em 2020, foi feito o anteprojeto para aprovação final pela APA e em 2021 foi lançado o concurso público onde o início da obra está prevista para este ano.
A nova ETAR terá um custo de 26 milhões de euros, com 9 milhões de euros a serem provenientes de apoios comunitários, estando concluída em 2023.
“Só no segundo semestre de 2023 é que teremos a nova ETAR em pleno funcionamento e já teremos uma solução diluída em termos de carga entre as duas ETAR”, concluiu Ricardo Rio.