
O Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos divulgou recentemente dados referentes ao segundo trimestre de 2024, revelando uma grande diferença entre o desempenho do mercado de jogo online e do sector terrestre em Portugal. Enquanto o jogo digital continua a conquistar adeptos, o jogo físico, representado sobretudo por casinos e salas de bingo, teve uma redução nos seus lucros.
Os estabelecimentos terrestres, que incluem casinos e máquinas recreativas, somaram cerca de 63,7 milhões de euros em receitas brutas no período em análise, o que representa uma descida de 4,5% em comparação ao mesmo trimestre de 2023. Por outro lado, o jogo online registou um aumento na ordem dos 27% em receitas brutas, ultrapassando os 261,8 milhões de euros.
Estes números confirmam uma tendência de migração para ambientes digitais, impulsionada pela praticidade, variedade de jogos disponíveis e acessibilidade cada vez maior. Naturalmente, essa mudança atrai a atenção dos apreciadores de apostas e jogos de azar.
Um retrato do sector terrestre e perspectivas do digital
O sector terrestre, composto por casinos, salas de bingo e máquinas recreativas, enfrenta alguns problemas relacionados à alteração dos hábitos dos consumidores. De acordo com o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, entre os factores para a quebra de 4,5% nos resultados dos casinos está a descida de 21,7% nos jogos bancados (como baccarat ponto banco, blackjack 21 e roleta americana), que representam aproximadamente 19,95% dos lucros totais.
Em contrapartida, os jogos não bancados subiram 12,1% e as máquinas automáticas cresceram 0,8%, contribuindo com 80,05% das receitas totais. Já o segmento de bingo também demonstra sinais de declínio, com receitas brutas 6,1% inferiores às do trimestre anterior. Embora ainda haja um público fiel para este tipo de entretenimento, a evolução dos cassinos online, que oferecem um leque mais amplo de opções, surge como um factor determinante para a descida de frequência nos espaços físicos.
O crescimento do sector digital não se limita a um aumento marginal, são 27,1% de acréscimo em receitas brutas face ao mesmo período do ano anterior. Isso traduz-se num valor total de 261,8 milhões de euros, o que reforça a popularidade das apostas desportivas e dos jogos de azar pela internet. As apostas desportivas representam 39,5% dos lucros (cerca de 103,3 milhões de euros), evidenciando um salto de 23,1% em relação ao mesmo trimestre de 2023.
No campo dos jogos de azar, que compõem 60,5% do volume de receitas (aproximadamente 158,5 milhões de euros), a expansão chega a 29,9% num só ano. As máquinas de jogo online são a preferência principal, abrangendo cerca de 82,3% das receitas totais do segmento online e estando disponível na maioria das plataformas. Em plataformas como a do casino Mega Dice é possível encontrar temas bem variados, mecânica simples e uma excelente adaptabilidade móvel.
Isso explica o interesse dos portugueses nesses jogos. Por outro lado, quando se trata de apostas desportivas em Portugal, o desporto-rei perfaz quase 70% do volume de apostas, evidenciando a forte paixão nacional. Em seguida, surgem o ténis (cerca de 20% das apostas) e o basquetebol (7% do total). Este domínio do futebol não causa surpresa, sobretudo considerando a popularidade das principais competições europeias e a força do campeonato nacional.
Outra estatística importante diz respeito ao número de jogadores registados. Já são cerca de 4,4 milhões de contas ativas, o que representa um crescimento de 16,2% em comparação ao ano anterior. Além disso, surgiram 287.600 novos registos no período, um salto de 51,2%. Há quem atribua a popularidade do jogo online ao desenvolvimento tecnológico, mas também há fatores socioculturais em jogo.
Com o acesso cada vez mais fácil à internet de alta velocidade e a proliferação de smartphones, o público encontra mais comodidade e segurança para participar em plataformas digitais. O distanciamento de deslocações até casinos físicos pode, por si só, ser um motivador de peso para este crescimento. Especialistas salientam ainda o impacto das inovações em pagamentos, como carteiras eletrónicas e criptomoedas, que simplificam a experiência do utilizador.
Em simultâneo, o mercado em Portugal conta com regulação clara e efetiva, oferecendo maior proteção a quem aposta. Embora seja cedo para decretar o fim dos casinos físicos, a tendência indica que o segmento digital continuará a crescer, graças aos constantes avanços tecnológicos, à conveniência oferecida e aos incentivos promovidos pelas plataformas online.