
O “Julho é de Jazz” arranca amanhã no gnration, em Braga. A oitava edição acontecerá com uma das mais recentes promessas do jazz nacional: “Pocus”, novo trio liderado pelo trompetista, improvisador e compositor português João Almeida, que juntará em palco outros dois ilustres do jazz feito em Portugal, contrabaixista Gonçalo Almeida e o baterista João Lobo.
João Almeida tem vindo a colaborador com alguns dos músicos mais relevantes da atualidade, de Peter Evans a Rodrigo Amado, e integra ainda os grupos Chão Maior e Medusa Unit. É considero por muitos como uma das grandes promessas do jazz feito em Portugal. A ladear João Almeida, outro nome de respeito da música de improviso: o baterista João Lobo, autor de mais de 50 discos, alguns de produção própria e outros para editoras como a referente ECM ou a portuguesa CleenFeed. A formação completa-se com o contrabaixista Gonçalo Almeida, membro de uma outra formação portuguesa de respeito: The Selva. No gnration, o trio leva ainda a cabo uma residência artística para a gravação do disco de estreia POCUS. O concerto em Braga dará ainda a conhecer alguns destes temas em primeira mão.
Já na sexta-feira, 8 de julho, é a vez do trompetista português Luís Vicente juntar-se aos lendários músicos norte-americanos William Parker e Hamid Drake, dois nomes incontornáveis do jazz mundial. Com mais de 30 discos gravados, o Luís Vicente tem-se destacado pela sua intensa atividade ao longo da última década, desenvolvendo música livre ou composta, mas sempre intrigante e atraente, numa contínua ascensão que o coloca entre os nomes mais sólidos do jazz em Portugal. William Parker é figura lendária. Com 70 anos de idade, é um pedaço da história passada, presente e futura do jazz, e dono de uma discografia imensa, quer enquanto líder, quer enquanto colaborador regular de outros. Já Hamid Drake é considerado um dos mais influentes bateristas e percussionistas vivos a operar no jazz, tendo colaborado com nomes gigante como Herbie Hancock, Don Cherry, Pharoah Sanders ou Archie Shepp. Vicente, Parker e Drake, juntar-se-á ainda John Dikeman, reconhecido saxofonista norte-americano residente em Amesterdão e com quem o português tem construído uma frutuosa relação artística desde 2015.
Na segunda metade do ciclo, a arranca na quinta-feira da próxima semana, é a vez de aterrar em Braga o músico do momento do jazz moderno: o compositor e saxofonista norte-americano James Brandon Lewis. “Um saxofonista que encarna e transcende a tradição”, refere o The New York Times sobre o músico, um dos poucos a reunir o consenso da crítica especializada. No Julho é de Jazz, Brandon Lewis apresentar-se-á com o seu quarteto, uma formação recente, mas com quem já editou dois discos, “Molecular” (2020) e “Code of Being” (2021), ambos aclamados pela imprensa internacional. Ao lado de Lewis estará Aruan Ortiz, ao piano, Brad Jones, no contrabaixo, e o conceituado baterista Chad Taylor.
No último dia do ciclo, sexta-feira, 15 de julho, há novo jazz feito em Portugal, e desta vez em dose dupla. Mané Fernandes, guitarrista do Porto a residir em Copenhaga, apresenta o segundo e muito aclamado disco “Enter The sQUIGG”, uma fusão de jazz, eletrónica e hip-hop. Na mesma noite, Living with a Couple, trio que junta a voz de Leonor Arnaut, a guitarra de João Carreiro e a bateria de João Pereira, uma das novas formações do improviso nacional.
Bilhetes
O passe-geral para o ciclo Julho é de Jazz 2022 custa 20 euros. Os bilhetes para James Brandon Lewis custam 9 euros, “Pocus” – João Almeida 7 euros, Mané Fernandes e Living with a couple custam 7 euros cada. Os concertos arrancam às 22 horas no pátio exterior do gnration.