Rita Matos, Hugo Remelgado e Hugo Costa, alunos da Escola Secundária D. Maria II, em Braga, participaram com distinção numa mostra de ciência internacional que se realizou na Rússia, este ano de forma virtual, de 22 de março a 30 de abril.
O projeto versou o desenvolvimento de um sistema integrado de deteção e alerta de radiações ionizantes e representou Portugal no “Virtual Forum Step Into The Future 2021”, o qual reuniu virtualmente mais de mil jovens cientistas vencedores de concursos nacionais de 23 países da Europa, Ásia e África. O projeto, orientado pelo professor Julio Bigas, coordenador do clube Ciência Viva da escola, obteve o 3º prémio na área das engenharias.
O trabalho que estes jovens cientistas de Braga levaram a concurso apresenta uma nova solução para profissionais de várias categorias, como médicos dentistas, que estão sujeitos diariamente a uma elevada quantidade de radiações nocivas. Para melhor controlar a exposição às radiações ionizantes, o projeto destes alunos apresenta um sistema de deteção e análise destas radiações de fácil utilização, que analisa em tempo real a exposição a radiações nocivas e alerta o utilizador quando o limite diário for atingido. O sistema integra um detector desenvolvido de raiz na plataforma Arduino e comunica com uma aplicação móvel que analisa e regista todas as sessões de trabalho. O resultado é um protótipo revolucionário e tem a finalidade de reduzir os riscos de saúde associados a estes profissionais e salvar vidas.
Este projeto foi um dos premiados na 12º Mostra Nacional de Ciência, organizada pela Fundação da Juventude com o apoio da Ciência Viva e da Presidência da República, que se realizou entre 26 e 27 de novembro de 2020. Para além desta competição, os alunos foram selecionados para representar Portugal na 32ª Final Europeia do EUCYS 2021 (Concurso Europeu para Jovens Cientistas) em Salamanca, Espanha, que decorre entre 15 e 20 de setembro de 2021. Os participantes no EUCYS competem por prémios monetários (entre 3500 a 7000 euros) e, ainda, vários prémios de honra e altas distinções atribuídas por instituições científicas Europeias. A avaliação dos projetos a concurso é feita por um júri composto por cientistas de topo de várias universidades e centros europeus de referência.
Para além do professor coordenador, que acompanha os alunos nestes eventos internacionais, o projeto teve o acompanhamento do professor José Carlos Ramalho da Universidade do Minho, e por Filipa Ferraz, aluna de doutoramento do centro de investigação Algoritmi.
O professor Júlio Bigas considera que se trata de um projeto altamente inovador. “Estou imensamente orgulhoso do trabalho realizado por estes jovens, que mereceu reconhecimentos nacionais e internacionais. Depois do reconhecimento na Mostra Nacional de Ciência, e consequente apuramento para o EUCYS em Salamanca, os jovens investigadores do nosso agrupamento conseguiram o 3º prémio nesta mostra internacional, realizada em Moscovo, na Rússia. É um orgulho para o nosso agrupamento e para a nossa cidade”, sublinhou Júlio Bigas.
“O mérito é sobretudo dos alunos e das condições proporcionadas pela secundária D. Maria II, que garante aos seus discentes verdadeiras condições para a investigação científica, em parceria com a Universidade de Minho. Este trabalho que realizamos no Clube Ciência Viva já se prolonga há cerca de 12 anos e tem contado inúmeros sucessos em diversas mostras nacionais e internacionais. Enquanto professor do agrupamento e coordenador deste projeto, é um orgulho ter coordenado e acompanhado esta equipa de alunos”, disse o professor.
