No grande auditório da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão estão reunidos 87 músicos, acompanhados pelos respetivos instrumentos – clarinetes, fagotes, flautas, trombones, violas, violinos, entre outros, a ensaiar. Durante cinco dias, os instrumentistas, com formação ou residentes em Famalicão, juntam-se para aprenderem e prepararem duas obras dos compositores Béla Bartók e Dmitri Shostakovitch. Os encontros, dirigidos pelo maestro José Eduardo Gomes, começaram esta segunda-feira e culminam nos concertos marcados para esta sexta e sábado.
É o sexto ano que Famalicão combina uma orquestra sinfónica – composta por jovens entre os 16 e os 30 anos –, numa residência artística, e presenteia a comunidade famalicense com espetáculos de música clássica.
Eduardo Machado, de 25 anos, faz parte da Jovem Orquestra de Famalicão desde a primeira edição da iniciativa. O percussionista decide voltar, ano após ano, porque “durante o estágio, toca-se um repertório de grande orquestra”. Além disso, “temos a oportunidade de tocar em posições que normalmente não teríamos dentro de uma orquestra”, o que nos faz ganhar “experiência antes de entrarmos no mercado de trabalho e de integrarmos uma orquestra profissional”, apontou.
E se para uns o estágio e os ensaios já não são novidade, para outros, como Catarina Duarte, de 26 anos, este é o primeiro ano que fazem parte deste projeto. Para a concertino – primeira violinista da orquestra –, aqui, “juntam-se diversos músicos famalicenses”, tocam-se composições “muito importantes” e consegue-se “promover a música clássica junto da comunidade”. “É por isso que esta é uma iniciativa muito importante: evoluímos, progredimos e estamos todos juntos”.
No estágio, promovido pelo Município, os instrumentistas veem as suas competências artísticas serem testadas e aprimoradas. No fim, a jovem orquestra sobe ao palco da Casa das Artes para apresentar o seu trabalho. Na sexta-feira, dia 13, o espetáculo começa pelas 21:30, e no sábado, dia 14, o concerto inicia-se às 18:00, na Casa das Artes.
“O que fazemos neste período é reflexo do que é a vida real lá fora”, começou por explicar o maestro José Eduardo Gomes. Os instrumentistas “são tratados como profissionais, tocam, treinam e preparam-se para o futuro”, acrescentou. E se a residência artística proporciona novas experiências aos jovens músicos, também permite que os famalicenses apreciem “um repertório sinfónico com que normalmente não contactam”.