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João de Melo é o vencedor da XXVI edição do Grande Prémio de Literatura dst

Joana Melo

O escritor João de Melo venceu a XXVI edição do Grande Prémio de Literatura dst 2021, com a obra “Livro de Vozes e Sombras”, editado em 2020. A entrega do prémio, instituído há quase trinta anos pelo dstgroup, será realizada numa cerimónia a decorrer no âmbito da Feira do Livro de Braga, agendada entre 9 e 25 de julho.

Vítor Manuel de Aguiar e Silva, José Manuel Mendes e Carlos Mendes de Sousa, júri do prémio instituído pelo dstgroup há quase 30 anos, decidiram atribuir o prémio por unanimidade, justificando a decisão “pelo apurado sentido de composição e qualidade de escrita no desenvolvimento de um romance que, percorrendo diversos espaços geográficos e sociais, bem como tempos convulsionados, traçam uma memória coletiva densa, avessa a todo o esquematismo, a partir de núcleos efabulatórios, nos quais avultam personagens de grande finura e poder contrastivo”.

Com os Açores no centro da narrativa, “Livro de Vozes e Sombras” é uma obra centrada em pilares da história portuguesa do século XX, na exaltação e nas aspirações revolucionárias do pós 25 de Abril vividas entre os Açores, Lisboa e as ex-colónias. Estará a partir da entrega do prémio, disponível nas livrarias com o selo do Grande Prémio de Literatura dst.

João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Aos 11 anos, deixou a sua ilha natal para prosseguir os estudos no continente. Publica o seu primeiro conto, aos 18 anos, no jornal o Diário Popular, e a partir daí publica contos, crítica literária e poemas em diversos periódicos de Lisboa e dos Açores, integrando-se na geração literária que, sediada em Angra do Heroísmo – e ligada ao suplemento literário do jornal A União – renovou a literatura açoriana contemporânea.  Em 1970 incorpora o exército e parte para Angola, onde permaneceu 27 meses numa zona de guerra, o que o marcou em termos pessoais e literários, sendo tema de vários livros seus, de que se destaca, na ficção, “Autópsia de Um Mar de Ruínas”, romance que é uma referência na literatura portuguesa sobre a guerra colonial. Após a revolução de Abril de 1974, João de Melo licencia-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, mantendo sempre colaboração em diversas revistas literárias (Colóquio-Letras, Vértice e, mais tarde, Sílex, Ler, etc.). No início da década de 80, torna-se professor do ensino secundário, atividade em que reparte até hoje o seu tempo com a escrita literária.

O Grande Prémio de Literatura dst nasceu com o objetivo de premiar obras originais, em dois géneros literários, escritas em português por autores portugueses, contribuindo assim para a promoção e valorização das literaturas de língua portuguesa. Ao longo de 25 anos, o prémio, no valor de 15 mil euros, cresceu em notoriedade, afirmando-se como um dos mais reconhecidos em Portugal, e também em número de participantes, o que denota o interesse e o prestígio que tem gerado junto da comunidade de autores e do setor. A aposta na divulgação da língua, da literatura portuguesa e dos seus autores e na promoção dos hábitos de leitura continuará a ser um dos principais desígnios deste prémio, que distinguiu, nos últimos cinco anos, autores como Fernando Guimarães, Lídia Jorge, Daniel Jonas, Mário Cláudio e Manuel Alegre.

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