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Investigadores da Universidade do Minho projetam novas tintas ecológicas para aplicação fotovoltaica

© UMinho

Um novo estudo conduzido por um grupo de investigadores dos Centros de Física e Química da Escola de Ciências da Universidade do Minho propõe, no âmbito das energias renováveis, a fabricação de painéis fotovoltaicos com menor impacto ambiental. Este feito pode ser alcançado através da utilização de duas tintas aquosas com propriedades adequadas à impressão por serigrafia, uma técnica amplamente utilizada na indústria têxtil.

Uma vez que a técnica da serigrafia pressupõe a utilização de tintas, este trabalho foca-se na formulação de tintas cujo solvente é a água, para uma produção sustentável de camadas foto-absorventes. Além disso, segundo os investigadores, a serigrafia é uma técnica de deposição de materiais considerada ecológica, de baixo custo e de fácil acesso. Esta acaba por ser uma alternativa às técnicas de deposição tradicionais sob vácuo, que apresentam um elevado custo e necessitam de grande quantidade de energia elétrica para funcionar.

Aquilo que o estudo conclui é que, após otimização das tintas aquosas, é possível obter camadas foto-absorventes bastante promissoras com caraterísticas bastante competitivas e comparáveis àquelas produzidas com solventes tóxicos, para o posterior desenvolvimento de dispositivos. Isto também resultou no desenvolvimento de um dispositivo fotovoltaico com a eficiência mais alta reportada na literatura para impressão por serigrafia de camadas foto-absorventes, superando aquelas produzidas de forma menos sustentável.

“A investigação científica dos próximos anos alinha-se com o desenvolvimento de materiais inovadores seguindo uma vertente mais ecológica no seu processamento. Em especial, na investigação de formulação de tintas, o uso de solventes considerados tóxicos, tanto para nós como para o meio ambiente, tem permitido obter tecnologias cada vez mais eficientes, mas com elevado impacto ambiental. Com este trabalho procuramos substituir esses solventes tóxicos por água, um dos solventes ‘verdes’ mais desejáveis devido à sua inocuidade e disponibilidade. No entanto, o uso de solventes ‘verdes’ pode resultar em tecnologias menos eficientes quando comparados com os solventes tóxicos”, explica Bruna Gonçalves, investigadora dos Centros de Física e Química da Escola de Ciências da Universidade do Minho.

A investigação ficou a cargo dos investigadores Bruna Gonçalves, do Centro de Física (CFUM) e de Química (CQUM), Gabriela Botelho, do CQUM, Senentxu Lanceros-Méndez, do CFUM e BCMaterials, e Yury Kolen’ko, do INL. 

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