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Investigadores da UMinho vencem prémio com projetos na área das ciências da saúde

Sara Calafate e Nuno Dinis Alves © UMinho

Nuno Dinis Alves e Sara Calafate, investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina (EMed) da UMinho, vão ser distinguidos esta tarde com o prémio Maria de Sousa. A terceira edição da iniciativa decorre em Lisboa e pretende premiar jovens investigadores com projetos na área das ciências da saúde e homenagear Maria de Sousa, reconhecida investigadora que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do sistema científico nacional.

Os projetos galardoados incidem na área das neurociências, sendo que o de Nuno Dinis Alves procura entender de que forma a libertação de serotonina ajuda na reversão da inflexibilidade cognitiva após exposição ao stress crónico. Já Sara Calafate trabalhou em torno do sono e da forma como este consegue regular a homeostase do cérebro.

O foco do trabalho do investigador do ICVS é o estudo dos neurónios que produzem e libertam serotonina para o córtex pré-frontal, podendo estes estar envolvidos em tarefas de flexibilidade cognitiva distintas. A ideia é, em primeira instância, medir em que condições fisiológicas a serotonina é libertada consoante a tarefa apresentada, passando depois para modelos animais sujeitos a stress. “Posteriormente faremos a tentativa de intervenção, ou seja, existindo inflexibilidade cognitiva por parte destes animais iremos, através da introdução de serotonina por via fármacológica ou por optogenética, reverter este défice cognitivo”, explica Nuno Dinis Alves que diz que irá receber a distinção com ”muito agrado e imensa satisfação”. “É um reconhecimento sobre o trabalho que já fiz e me proponho a fazer, mas mais do que um prémio é um estímulo para continuar a levar os projetos e ideias que existem no papel e passá-los para a ação. É, no fundo, um grande incentivo para me manter nesta caminhada científica”, reforça o investigador.

Já Sara Calafate recebe o prémio fruto do estudo sobre o papel do péptido MCH, responsável pela regulação do sono, na proteção do cérebro contra disfunções neuronais como as que ocorrem na doença de Alzheimer. A investigadora do ICVS da EMed menciona que “são diferentes os tipos de células que contribuem para homeostase no cérebro, ou seja para o equilíbrio do cérbero, e o sono pode também regular estas células que reagem com os inter-neurónios. Neste caso o que é proposto fazer é verificar de que forma é que o sono regula a homeostase do cérebro através da microglia”. Na prática, estas experiências vão consistir “na manipulação quemogenética em que vai ser feita a ativação do sistema neuronal MCH e verificar de forma é que este afeta, durante o sono, a atividade da microglia e por consequência a omiostáse do neurónio do cérebro”, explica Sara Calafate que considera ser “uma honra” ter a sua investigação reconhecida num prémio que evoca uma investigadora como Maria de Sousa, que influenciou a visão da ciência em Portugal. A investigadora da UMinho refere que este prémio “dá oportunidade de continuar” com os seus projetos, sendo que a nível financeiro é uma “ajuda enorme” para executar e concretizar esses mesmos trabalhos.

Os vencedores da 3.ª edição do Prémio Maria de Sousa serão anunciados às 18:00 numa cerimónia que decorrerá em formato híbrido, sendo transmitida em streaming nos canais online do Público. O evento será presidido pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

Este prémio foi criado pela Ordem dos Médicos e a Fundação Bial há dois anos em homenagem à imunologista Maria de Sousa, falecida em abril de 2020. Esta distinção destina-se a galardoar e apoiar até cinco jovens investigadores científicos portugueses, com idade igual ou inferior a 35 anos, em projetos de investigação na área das Ciências da Saúde, incluindo obrigatoriamente um estágio num Centro Internacional de Excelência. Em 2022, a investigadora do ICVS da EMed, Carina Soares-Cunha, também venceu este prémio com a investigação “Identificação de grupos neuronais do núcleo accumbens envolvidos em aprendizagem associativa”. Fotografia dos investigadores em anexo.

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