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Investigadora de Braga recebe bolsa de 500 mil euros para combater fungo Aspergillus

Cristina Cunha

Cristina Cunha, natural de Braga e investigadora no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, foi premiada com uma bolsa de 500 mil euros no “Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2022”, da Fundação ”la Caixa”. A investigadora vai dedicar os próximos três anos a compreender como o fungo Aspergillus pode atacar doentes com imunidade reduzida e causar doença pulmonar severa associada com taxas de mortalidade elevadas. Os resultados do trabalho vão ajudar na prevenção, no diagnóstico e no tratamento desta grave complicação e no prognóstico dos doentes.

O fungo Aspergillus transmite-se pelo ar, mas para a maioria das pessoas saudáveis, não traz problemas. No entanto, quem tem o sistema imunitário sensível – porque recebeu transplante, tem um tumor, está em terapia intensiva ou tem covid-19 – pode desenvolver aspergilose pulmonar invasiva, que sem tratamento rápido pode ser fatal. A cada ano, globalmente há 30 milhões de pessoas em risco de desenvolver essa infeção e 300.000 novos casos diagnosticados.

Apesar dos recentes avanços, o diagnóstico e o tratamento desta infeção são um sério desafio médico. Como é que só certas pessoas têm aspergilose, nomeadamente as de imunidade reduzida? Cristina Cunha vai assim estudar fatores específicos que alteram o equilíbrio da comunidade de microrganismos que habita os pulmões desses doentes e pormenorizar como o fungo ataca. “As infeções fúngicas oportunistas são um problema crescente e com taxas de mortalidade associadas superiores a 30%, logo torna-se muito relevante estudar esta área na tentativa de identificar alternativas terapêuticas”, realça a cientista.

Nota biográfica

Cristina Cunha nasceu e vive em Braga. É licenciada em Biologia pela UMinho, doutorada em Biologia e Medicina Experimental pela Universidade de Perugia (Itália) e pós-doutorada pela UMinho. Atualmente, é investigadora auxiliar no ICVS-UMinho, onde pesquisa a genética e a imunologia em doenças infeciosas e inflamatórias. Já obteve bolsas do Institut Mérieux (França), da Gilead Sciences (EUA), da Fundação Bial e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, participando ainda noutros 19 projetos como investigadora. Tem uma centena de publicações científicas e sete capítulos de livros, além de dez prémios nacionais e internacionais.

Promovido pela Fundação ”la Caixa”, o concurso que agora distinguiu Cristina Cunha é o único do género na investigação biomédica ibérica. Este ano atribui mais de 23 milhões de euros a 33 projetos, sendo 13 deles em Portugal. A presente edição envolveu 546 candidaturas. Este concurso anual nasceu em 2018 e já atribuiu 95 milhões de euros a 135 projetos de excelência na investigação básica, clínica e translacional na área das neurociências e das doenças cardiovasculares, infeciosas e oncológicas. No último ano, foram distinguidos projetos das equipas de Joana Azeredo (Escola de Engenharia), João Filipe Oliveira (Escola de Medicina) e Pedro Alpuim (Escola de Ciências).

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