
Esta quarta-feira, o Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, celebrou a Eucaristia no Estabelecimento Prisional de Braga.
Acompanhado pelo Padre João Torres, assistente espiritual e religioso da comunidade prisional, e pelo Diácono Manuel Rodrigues, colaborador da Pastoral Penitenciária, D. José foi acolhido pelo diretor do estabelecimento, pela adjunta e pelo chefe do Corpo da Guarda Prisional.
A celebração decorreu num contentor do Estabelecimento Prisional, com a participação atenta e emocionada de um grupo alargado de reclusos, alguns dos quais colaboraram ativamente como sacristão e leitores. Também estiveram presentes guardas prisionais, testemunhando “a importância de momentos como este no processo de humanização, reconciliação e reconstrução interior”.
Durante a homilia, D. José Cordeiro dirigiu palavras de conforto, esperança e fé à comunidade prisional. “É um privilégio, como bispo desta diocese, estar hoje convosco, na véspera do Tríduo Pascal, para rezarmos pelas vossas famílias e pelo vosso futuro. Quero dizer-vos com toda a verdade: Deus não se esqueceu de vós. Ele vos vê, vos ama, e a Sua misericórdia é também para cada um de vós”, disse.
O Arcebispo não escondeu a emoção ao sublinhar que, mesmo nos contextos de maior sofrimento e isolamento, cada pessoa conserva uma dignidade inabalável. “Às vezes sentimos que somos os esquecidos do mundo, que ninguém nos conhece, ninguém nos ama, ninguém se importa connosco. Sentimo-nos descartados. Mas estou aqui para vos dizer que cada um de vós é importante. Sois importantes para mim, sois importantes para Deus, e não estais esquecidos”, acrescentou.
Inspirando-se no exemplo do Papa Francisco, que anunciou recentemente a abertura simbólica da Porta Santa do Jubileu 2025 na prisão de Rebibbia (Itália), D. José partilhou que “o Papa quis oferecer aos reclusos um sinal concreto de proximidade, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e com um renovado compromisso de vida. A esperança nunca desilude. O coração aberto faz a fraternidade. O coração fechado, duro, não ajuda a viver”.
O ambiente de recolhimento e comunhão foi intensificado pelas leituras feitas por reclusos e pelo gesto simbólico de bênção final, em que todos foram convidados a permanecer de pé como expressão de dignidade e vontade de recomeçar.
No final da celebração, vários reclusos dirigiram-se espontaneamente ao Arcebispo para expressar a sua gratidão e emoção. “Foi uma honra incrível tê-lo aqui connosco”, afirmou um dos participantes.
Esta visita insere-se na missão da Arquidiocese de Braga de manter viva a Pastoral Penitenciária, levando aos mais esquecidos da sociedade a luz do Evangelho, a proximidade da Igreja e a certeza de que todos são chamados a um caminho de renovação interior, esperança e paz.