Podemos compreender os paradigmas da Física quântica, que têm regras tão diferentes das que estamos habituados no nosso dia-a-dia? Sim, podemos. Quem o diz é Ricardo Mendes Ribeiro, professor da Escola de Ciências da Universidade do Minho. O autor tem desmistificado a Física para o público em geral, com os livros “Física XXI” e “Introdução à Física Contemporânea”, um site pessoal, artigos diversos nos jornais e, agora, um programa de rádio.
“A Física precisa de ser meditada, exige tempo e esforço, como ir ao ginásio, mas esse treino e método vai recompensar, pois alargamos horizontes. E é por isso que, entre os mais jovens, a empregabilidade de quem tem curso de Física ou de Engenharia Física supera os 95% e com salários elevados”, nota. O investigador do Centro de Física das universidades do Minho e Porto e do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) utiliza exemplos do quotidiano e analogias para explicar na rádio temas como espaço-tempo, física quântica ou luz e massa. Não exclui matérias – em breve vai para o ar um episódio sobre as complexas teorias das cordas e das membranas.
O programa de rádio chama-se “Comunicar Ciência”, tem apresentação de Catarina Loureiro e Jorge Dinis Oliveira e é emitido à terça-feira na Antena Minho, em 106.0FM e em podcast. “Não me inibo de tentar descodificar coisas complicadas, mas procuro fazê-lo numa linguagem acessível, que se compreenda”, diz Ricardo Mendes Ribeiro. Participa nesta rubrica desde abril e soma sete presenças: “Aceitei logo, mas é um desafio tremendo explicar ciência só com voz, porque tenho que cuidar do que vou dizer e como dizer, já que o cidadão comum desconhece muitos conceitos”.
Para o vimaranense de 55 anos – que tem estudado em especial os materiais bidimensionais, como o grafeno –, surgiu nos últimos anos um maior interesse pela Física, onde se tem formação em domínios como a Matemática, Química, Informática, Materiais e Eletrónica, entre outros. Considera que esta área multidisciplinar “permite trabalhar em empresas dos mais variados setores” e o desemprego de diplomados neste âmbito é residual, segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional.