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ReportagemBraga vai caminhar para angariar agasalhos para a Ucrânia

Braga vai caminhar para angariar agasalhos para a Ucrânia

© Angélica Antunes

Braga vai caminhar para ajudar a Ucrânia. A caminhada solidária realiza-se no dia 11 de fevereiro com uma angariação de fundos para adquirir roupa de inverno para o povo ucraniano enfrentar o frio. O evento “Somos Ucrânia” foi apresentado hoje na sede da Junta de Maximinos.

A iniciativa, inserida na campanha “Um cobertor para a Ucrânia“, irá contar com a participação de D. José Cordeiro no final da caminhada para a realização de uma oração pela Ucrânia, juntamente com Vasil Bunzyak, padre ortodoxo ucraniano.

Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, recordou o apoio prestado ao povo ucraniano desde 2014 através do “Movimento Solidário Ucrânia” e da Associação Nacional Luso-Ucraniana, sendo o autarca um dos fundadores.

“A solidariedade é uma coisa que não escolhe ‘credo’, nem partidos político. O que nos inspira, simplesmente, é a solidariedade humana. Quando surgiu o ‘Movimento Solidário Ucrânia’, éramos apenas três, ou seja, eu, o Abraão e o Vasyl. Começámos a iniciativa que acabou por culminar com a Associação Nacional Luso-Ucraniana, que também somos todos fundadores. É um trabalho que existe desde 2014, onde a maior parte dos portugueses só se começaram a lembrar da guerra da Ucrânia há um ano e nós começámos a trabalhar precisamente quando começou a invasão na Crimeia. A própria Comunidade Económica Europeia, hipocritamente, não ligou muito, mas quando as coisas começaram a atingir esta dimensão já toda a gente começou a lembrar”, sustentou o autarca. 

Luís Pedroso falou da urgência em apoiar os ucranianos, uma vez que estão a enfrentar 35 graus negativos, sem qualquer tipo de aquecimento.

Por sua vez, Abraão Veloso, presidente da Direção da UPE – Associação Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano, explicou que esta caminhada solidária destina-se a “manter o povo português ligado a esta causa” e lembrar que “a guerra continua e os crimes russos continuam todos os dias, onde estão a morrer pessoas”. “Causa-nos revolta porque houve alguém que estava na sua casa sossegado e começaram a cair bombas nos seus lares, obrigando mulheres e filhos a fugirem por essa Europa fora. Depois, há um discurso paranóico que vem de Moscovo que nos põe a todos fora de nós. Queremos aproveitar todas estas iniciativas para dizer que isto não é normal, há uma agressão da Rússia à Ucrânia e ponto. Por outro lado, queremos, não só envolver a comunidade ucraniana, mas envolver também a sociedade portuguesa que acolhe com tanto carinho os ucranianos”, apelou.

© Angélica Antunes

O Cónego Manuel Joaquim, pároco de Cividade, agradeceu o convite realizado ao Arcebispo de Braga para participar no evento solidário. “Foi com profunda alegria quando falei com o senhor Arcebispo sobre esta iniciativa. Eu solidarizo-me com esta causa porque cada passo nosso em prol da solidariedade é o amor pela nossa dignidade humana. É de lamentar os 200 mil soldados ucranianos e russos mortos neste conflito. Eu agradeço esta oportunidade dada à sociedade bracarense e aos cristãos para que olhemos o horizonte da nossa inteligência e do nosso coração àquilo que nos é comum, que é a mesma e única dignidade humana”, disse o Cónego.

Já Vasil Bundziak, presidente do Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano, explicou que o slogan “Somos Ucrânia” tem como objetivo “alcançar a vitória para depois conquistar a paz no país”. “Durante este mês, vai haver muitas manifestações em Portugal onde muitos vão usar a palavra ‘paz’, mas pessoalmente sou contra usar em essa palavra no nosso slogan. Chamamos Europa onde outros países dão armas para a Ucrânia se defender. Esta filosofia e esta ideologia de paz tem um bocado de esquerda para não apoiar a Ucrânia. Para o povo ucraniano, o mais importante é a vitória para depois alcançar a paz. Por isso, resolvemos intitular ‘Somos Ucrânia’ porque queremos estar do lado do povo ucraniano e isso é muito importante para nós”, realçou.

Marta Oliveira, presidente da Asas – Associação Social Acreditar e Sonhar, sublinhou a importância de fazer uma parceria com esta iniciativa solidária com o povo ucraniano. “Quando tivemos conhecimento desta iniciativa, vimos que efetivamente tínhamos condições de ajudar. Achámos que se encontraria na nossa missão e estamos sempre à procura de voluntários que nos queiram ajudar na logística. Estamos abertos para essa missão solidária e mesmo a quem quiser juntar-se a nós nesta e noutras iniciativas que a nossa associativa tem”, convidou.

A ucraniana Ana Stasiuk tem mantido contacto com as cidades de Bucha e Derpin, tendo informado que os soldados da linha da frente necessitam de roupas quentes, sacos térmicos e botijas de aquecimento. Este material será adquirido na Ucrânia para ajudar a economia local. “Em Bucha mataram muitas pessoas e a cidade de Derpin foi destruída em cerca de 75%. Contactei a cidade para saber o que as pessoas precisam e responderam que necessitam de material para os soldados da linha da frente como roupas quentes, sacos térmicos e botijas de aquecimento. Estamos a comunicar com três linhas da frente e queremos comprar o material na própria Ucrânia para ajudar a economia local”, frisou Ana Stasiuk.

No final da apresentação, Abraão Veloso foi surpreendido com a oferta de um diploma de agradecimento por parte do presidente da cidade ucraniana de Derpin, pelo apoio prestado ao povo daquele país.

A inscrição para participar na caminhada solidária tem o custo de 4 euros e pode ser realizada na Junta de Freguesia de Maximinos ou na associação ASAS, situada na Rua Cruz de Pedra, nº 189.

A concentração para a caminhada está marcada para as 14:00, no Largo da Sé de Braga. A partida será às 15:00 com chegada prevista às 16:45. Às 17:00 será realizada uma oração pelo povo ucraniano com o Arcebispo D. José Cordeiro e Padre Ortodoxo Vasyl Bundzyak.

A apresentação da caminhada solidária contou também com a presença de Manuel Miranda Pereira, secretário da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, e de Alexandra Lima, vogal desta união.

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