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Braga: Bom Jesus do Monte restaura peças únicas

No âmbito das celebrações do Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, o Bom Jesus do Monte restaurou seis castiçais, quatro jarras e uma cruz de altar, devolvendo-os ao seu lugar original no Altar-Mor do Santuário.

© Bom Jesus do Monte

No âmbito das celebrações do Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, este ano dedicado pelo ICOMOS ao tema “Património resiliente face às catástrofes e conflitos”, a Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, apresentou publicamente o restauro de um conjunto artístico de elevado valor histórico e simbólico, devolvendo-o ao seu lugar original no Altar-Mor do Santuário.

No decorrer do processo de inventário dos bens móveis da Confraria, numa recomendação da UNESCO que se encontra em fase de conclusão, foi identificado um notável conjunto composto por seis castiçais, quatro jarras e uma cruz de altar, datado de 1904. Esta obra foi encomendada por Augusto da Rocha Romariz, 2.º Senhor da Quinta do Castelo do Bom Jesus, e oferecida à Confraria a 11 de setembro do mesmo ano.

A manufatura foi confiada ao ourives Manuel Casimiro da Costa, tendo sido executada pelo seu filho, o jovem cinzelador Narciso Marques Casimiro da Costa, com apenas 14 anos na altura, revelando uma impressionante mestria técnica. Esta peça, apesar de produzida em metal não precioso, destaca-se pela qualidade da cinzelagem e pela presença do brasão da Casa Real Portuguesa em cada castiçal, evocando o título de Real Santuário conferido ao Bom Jesus por D. João VI, em 1822.

Após análise do estado de conservação e consulta de registos históricos, decidiu-se proceder ao restauro integral e à reposição pontual do conjunto no Altar-Mor da Basilica, em consonância com a sua localização original. Este altar, onde tradicionalmente são colocadas seis velas ladeando um crucifixo central, representa o simbolismo do candelabro judaico do Antigo Testamento, agora cristianizado com Cristo como a luz central e eterna.

O Cónego Mário Martins, presidente da Confraria do Bom Jesus do Monte, sublinhou que “é nosso dever zelar pela salvaguarda e valorização do património do Santuário. Este restauro é um gesto simbólico de compromisso com a memória, a espiritualidade e os valores da UNESCO. Celebramos este dia mundial reafirmando o Bom Jesus como centro irradiador de paz e de resiliência face às adversidades”.

O conjunto restaurado poderá ser apreciado no contexto das celebrações litúrgicas, devolvendo ao templo uma peça que conjuga arte, fé e história, e contribuindo para a missão permanente de preservação do património mundial classificado pela UNESCO.

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