A Braga Barroca está de regresso. Ao longo de cinco dias, entre 28 de setembro e 2 de outubro, a cidade vai celebrar todo o esplendor e exuberância do período Barroco, com um programa único e diversificado, que vai permitir aos bracarenses e visitantes partir à descoberta de uma das heranças culturais mais fortes e autenticas da cidade.
Braga é a “Capital do Barroco” em Portugal, mantendo até aos dias de hoje marcas indeléveis na monumentalidade e sumptuosidade da arquitetura e escultura dos edifícios, nos imponentes jardins, na talha dourada dos interiores de igrejas e palacetes, entre outras. Mas o Barroco não constituiu apenas um estilo artístico, mas todo um período histórico e um movimento sociocultural, onde se exprimiram novos modos de entender o mundo e o homem.
Concertos de música da época, visitas guiadas, oficinas para os mais novos, encenações, animação de rua, teatro, conferência e apresentação de livro são alguns dos momentos do programa que tem como objetivo primordial reforçar os laços de pertença á comunidade e sensibilizar a população para a salvaguarda do património.
O Ciclo de concertos “Joias do Barroco”, a cargo da Sinfonietta de Braga, que decorre todos os dias do evento, percorrendo espaços como o Museu dos Biscainhos, a Casa Cunha Reis, a Igreja da Misericórdia, o Mosteiro de Tibães e a Biblioteca Pública de Braga é um dos pontos altos do programa. Mas a música estará ainda presente com os concertos do Grupo Coral Cupertinos na Basílica dos Congregados e com o Com.Cordas Ensemble na Igreja de S. Paulo.
A exuberância e opulência das personagens da nobreza dos séculos XVII/XVIII irão percorrer as ruas de Braga, num momento de grande animação, com a iniciativa “Nobreza em Festa”, que decorre logo no primeiro dia do evento, 28 de setembro, pelas 17h00.
Destaque também para a visita encenada “Vida no Paço Episcopal no Século XVIII” que vai realizar-se na Biblioteca Pública de Braga, no dia 29 de setembro, pelas 21:30 e pelas 22:30.
No sábado, 1 de outubro, o Mosteiro de Tibães vai reviver as “Vivências da ruralidade na cerca de Tibães”, com uma encenação que vai decorrer durante toda a tarde, entre as 14h00 e as 19h00. Centrando-se nas vivências na cerca de Tibães enquanto espaço de produção e de fruição do povo, lugar de trabalho, em tempo de colheitas, mas igualmente de festa, com danças, cantares e jogos tradicionais, as vastas terras em torno do Mosteiro são o palco onde se pretende recriar o ambiente de ruralidade ali vivido no século XVIII.
No último dia do evento, referência para a peça de teatro “Guerras do Alecrim e Manjerona”, pela Nova Comédia Bracarense, que vai decorrer no auditório de S. Frutuoso, pelas 17h00.
Diariamente haverá ainda durante as manhãs visitas e oficinas sobre Arte Setecentista, em vários locais da cidade, para o público infantil e famílias. As tardes serão preenchidas com visitas guiadas pelas “Maravilhas do Barroco Bracarense”, com jornadas culturais onde se dá a conhecer algumas das obras mais originais da expressividade barroca na arquitetura religiosa na cidade.
O teatro também marcará presença diária no evento com a iniciativa “Tratado das pequenas coisas”, um espetáculo da Confederação, que irá decorrer no auditório Sebastião Alba, para o público juvenil.
Mas há ainda muito mais para descobrir e reviver ao longo destes dias na Braga Barroca. O programa completo está disponível na integra no portal do município em www.cm-braga.pt.
A Braga Barroca insere-se no âmbito das comemorações das Jornadas Europeias do Património que se assinalam a 23, 24 e 25 setembro.
Recorde-se que Braga teve no século XVIII quatro homens fundamentais para o impulso construtivo da arte barroca, nomeadamente na arquitetura e escultura, quer em pedra quer em talha dourada. Foram eles os arcebispos D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728), D. José de Bragança (1741-1756) e D. Gaspar de Bragança (1757-1789) que, como mecenas, idealizaram e financiaram várias obras arquitetónicas, urbanísticas e escultóricas. Destaque ainda para André Soares (1720-1769), que foi um notável artista bracarense, famoso pela excelência das suas obras e criador de uma versão muito pessoal do estilo barroco.