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OpiniãoBarcelos: Uma cidade estacionada em pára-arranca

Barcelos: Uma cidade estacionada em pára-arranca

Artigo de Magda Resende Ferro.

© Magda Resende Ferro

Há umas semanas tentei entrar em Barcelos numa quinta-feira de manhã. Saí da autoestrada. Demorei o mesmo tempo, desse ponto ao centro da cidade, como do Porto a esse local. Quarenta minutos em pára-arranca, fazendo contorcionismos para me desviar de carros parados em segunda-fila e naturalmente, sem qualquer probabilidade de encontrar um lugar para estacionar.

Com o crescimento urbano e o aumento do número de veículos, Barcelos tem visto um aumento nos engarrafamentos e na dificuldade de encontrar vagas de estacionamento. Estes problemas afetam não apenas a qualidade de vida dos residentes, mas também a experiência dos visitantes e a eficiência do comércio local.

O trânsito em Barcelos é caracterizado por engarrafamentos frequentes, especialmente durante os horários de pico. As principais vias de acesso à cidade são frequentemente sobrecarregadas, resultando em atrasos e frustração para os condutores.

O estacionamento é outro grande desafio em Barcelos. A procura por vagas supera a oferta, especialmente nas áreas centrais e comerciais. A falta de um sistema de estacionamento bem organizado leva a situações de estacionamento irregular, bloqueando vias e aumentando o risco de acidentes. Além disso, a ausência de políticas de estacionamento de longa duração e curta duração adequadas contribui para a desordem e a ineficiência. Quem vive no centro da cidade sofre muitas vezes com o bloqueio das entradas e saídas das suas garagens. A falta de fiscalização do estacionamento irregular só reforça os problemas.

Urge encontrar soluções para este problema.

A conclusão da cintura urbana de Barcelos, dizem, será a solução para todos estes problemas. Promessa antiga e de implementação em curso, será com certeza uma mais valia para melhorar esta situação. Tenho, contudo, dúvidas de que a resolva por completo. Muitos dos problemas verificam-se no centro da cidade e implicam a implementação de outras medidas.

A rede de transporte público na cidade é também um aspeto positivo, mas claramente insuficiente. Campanhas de sensibilização para promover o uso de transporte público podem ajudar a mudar comportamentos e reduzir a dependência de veículos particulares.

É critico melhorar a gestão do espaço urbano. A introdução de políticas de estacionamento de curta e longa duração, com tarifas ajustadas para incentivar o uso rápido em áreas de alta procura, bem como políticas de estacionamento especificas para os dias em que se realiza a feira semanal.

Estas políticas, aliadas a sistemas de estacionamento inteligente, (sistemas que usam tecnologia para monitorizar e gerir vagas de estacionamento) otimizarão o uso do espaço urbano.

Os carros estacionados em segunda fila são um flagelo em Barcelos e uma das principais causas dos engarrafamentos no centro da cidade. O reforço da fiscalização e consequentes penalizações poderiam ajudar a obviar este problema.

Por último, mas não menos importante, é urgente aumentar os espaços de estacionamento no centro da cidade. Temos que construir parques de estacionamento subterrâneos que permitam acomodar todos os carros que diariamente estacionam no centro da cidade.

Os problemas de trânsito e estacionamento em Barcelos são complexos e exigem uma abordagem integrada e multifacetada. Com investimentos em infraestrutura, políticas públicas eficazes e a promoção de alternativas sustentáveis, é possível melhorar significativamente a mobilidade urbana e a qualidade de vida na cidade. A colaboração entre autoridades locais, residentes e empresas é essencial para implementar estas soluções e transformar Barcelos em um exemplo de mobilidade urbana sustentável.

Artigo de Magda Resende Ferro, 53 anos, natural de Barcelos e membro da Iniciativa Liberal.

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