Dezenas de pessoas montaram tendas em frente ao Banco de Portugal, no centro da cidade de Braga, num protesto contra o aumento das rendas e pelo direito à habitação.
A iniciativa do movimento “Os mesmos de sempre a pagar” tem como objetivo mostrar, de forma simbólica, “a indignação perante a passividade do governo relativamente à especulação imobiliária e os lucros dos bancos”.
Para o movimento, “os principais bancos em Portugal lucraram 1,89 mil milhões de euros, só nos primeiros nove meses do ano passado. Isto significa um crescimento superior a 80 por cento face a igual período do ano anterior. E esses lucros milionários foram amassados com os sacrifícios e as dificuldades da imensa maioria dos portugueses, desde logo os que estão a receber as cartas desses mesmos bancos a comunicar-lhes o aumento brutal da prestação da casa”.
O movimento “Os mesmos de sempre a pagar” sustenta que “Braga era uma cidade falada por ser uma cidade de casas baratas. O mesmo aconteceu nos outros concelhos da região. Isso deu uma volta de 180 graus. O acesso a uma habitação digna é uma coisa quase de ricos. Os preços estão incomportáveis”.
“Ana Francisca Monteiro denunciou que até setembro passado pagava ao banco 352,22 euros. A sua prestação foi aumentada nessa altura para 472,74 euros e na próxima atualização pode chegar a um valor de cerca de 800 euros caso o governo não tome medidas entretanto. Trata-se de um crédito de 150 mil euros a 40 anos. São situações verdadeiramente dramáticas para milhares e milhares de famílias confrontadas com a ameaça de ficarem sem teto, à mercê dos bancos que tem a faca e o queijo na mão”, finalizou.