A Federação de Braga do PS promoveu o Fórum “A Qualificação da Representação Política” com Isabel Estrada Carvalhais, eurodeputada no Parlamento Europeu, João Cardoso Rosas, professor de Filosofia da UMinho, Alexandra Abranches, professora do Departamento de Filosofia da UMinho, Júlia Costa, dirigente do PS, e Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social. O debate contou com a moderação do jornalista Luís Castro.
“Antes da participação política está a motivação, o interesse e a vontade em compreender o que molda o envolvimento político. Não sendo inato, o interesse político tem que ser trabalhado no múltiplo envolvimento social e familiar, mas sobretudo na forma como os políticos se relacionam com os cidadãos”, disse Isabel Estrada Carvalhais. “O diálogo é sempre o melhor instrumento para instruir a participação dos cidadãos, para aumentar a qualidade da democracia, da transparência, do accountability e combater os populismos”, acrescentou.
Na sua intervenção, João Cardoso Rosas alertou que “a crise da democracia é global. A revolução digital isolou-nos, há uma crise da esfera pública, dos lugares onde nos podemos encontrar. Não havendo um espaço comum, onde possamos fazer ouvir a nossa voz e dialogar, há um maior distanciamento de quem nos representa. É preciso simplificar o exercício dos direitos políticos, do voto”.
Já Júlia Costa partilhou responsabilidades entre famílias e políticos para um aumento da participação cívica “Temos que ser nós, mães e pais, também a estimular a participação. tudo começa em casa”, alertou.
“Não há educação cívica que resista aos exemplos que nos socializam. Os políticos têm que ser aquilo que querem que o povo seja.”, afirmou Alexandra Abranches. Francisco Assis continuou que “a política exige que o político fale a verdade, seja corajoso dizendo o que pensa, tenha um sentido de responsabilidade porque representa outros cidadãos, e ter pudor, sentido de autolimitação. Em nenhum outro distrito se está a fazer o que está a ser feito em Braga. Debater, discutir a crise da democracia em plena campanha eleitoral. Isto é seriedade. E eu reconheço esta seriedade no José Luís Carneiro”.
Os eleitos do PS pelo círculo eleitoral de Braga pretendem impulsionar a aproximação entre representantes políticos e cidadãos, de forma regular, em ciclos de plenários para prestarem contas do seu trabalho e ouvir as populações.
José Luís Carneiro referiu que “uma das preocupações da nossa candidatura à Assembleia da República é a de desenvolver uma metodologia de trabalho que qualifique as nossas condições de representação política dos cidadãos na Assembleia da República. Hoje os cidadãos exigem mais do poder político e das suas instituições. É importante que consigamos desenvolver instrumentos para continuarmos a ouvir os seus pareceres e opiniões no decurso da representação.” E assumiu o compromisso de “realizar um fórum trimestral, rotativamente em todo o distrito, por forma a que os deputados eleitos possam prestar contas aos cidadãos e instituições do distrito em conformidade com os interesses do país”.